Mark Zuckerberg: “essa pode ser uma das piores crises da história recente”

Alexandre G. Peres

07/07/2022

Mark Zuckerberg, co-fundador e atual CEO da Meta, empresa que é dona do Facebook, parece estar preocupado com as consequências da atual crise econômica para o futuro próximo.

Em maio deste ano, a Meta suspendeu temporariamente a contratação de novos funcionários e afirmou que reduziria os planos de ampliação, em especial em um dos setores mais vitais da empresa: o de engenharia.

Recentemente, Mark foi além e deu números: em vez de a Meta contratar 10,000 novos engenheiros como planejava, o número de contratações deve ficar entre 6,000 e 7,000, tendo portanto uma diminuição de 30%.

Mark Zuckerberg: essa pode ser uma das piores crises da história recente (Imagem: Andrew Harrer/Bloomberg)

Mark Zuckerberg: essa pode ser uma das piores crises da história recente (Imagem: Andrew Harrer/Bloomberg)

Além desse corte, Zuckerberg também afirmou que a empresa estava deixando algumas posições não-ocupadas e “subindo a temperatura” na gestão de desempenho para eliminar funcionários que não deem conta de metas mais agressivas.

“Realisticamente, provavelmente há um monte de pessoas que não deveriam estar aqui”, afirmou. “Parte da minha esperança ao aumentar as expectativas e ter metas mais agressivas […] é que eu acho que vocês podem decidir que este lugar não é para vocês, e isso está tudo bem para mim“.

O motivo desses cortes? Nas palavras do próprio Zuckerberg durante uma sessão de perguntas e respostas com os funcionários (via Reuters): “se eu tivesse que apostar, apostaria que essa pode ser uma das piores crises que vimos na história recente“.

O que ele quis dizer com “uma das piores crises da história recente”?

Em um memorando da empresa, Chris Cox, diretor de produtos da Meta, fez o seguinte alerta: “tenho que ressaltar que estamos em tempos sérios aqui e os ventos contrários são ferozes. Precisamos executar com perfeição em um ambiente de crescimento mais lento, no qual as equipes não devem esperar grandes influxos de novos engenheiros e orçamentos“.

Há em especial dois ventos mais ferozes soprando contra a Meta no momento: a ameaça de uma recessão da economia americana, motivada pelo cenário macroeconômico cada vez mais desfavorável, e de recentes mudanças nas políticas de privacidades de dados (como as da Apple adotadas em 2021, que passou a exigir que aplicativos obtenham permissões explícitas de seus usuários em relação ao uso de dados para segmentação de anúncios, um dos pontos fortes do Facebook).

A competitividade do mercado também é um fator que pode estar tirando o sono de Mark Zuckerberg, em especial pela presença de outro forte concorrente: o TikTok. No começo desse ano, o CEO afirmou que o Facebook teve a sua primeira queda de usuários ativos, baixando de 1,930 bilhões para 1,929 bilhões usuários ativos diários em comparação de dois trimestres.

Embora a queda tenha sido pequena, a divulgação do relatório fez as ações da Meta desabarem 20% em um único dia, perdendo o equivalente a R$ 237,2 bilhões em valor de mercado.

Para tentar compensar essas quedas, a Meta está investindo em capacidade de processamento e inteligência artificial com foco em melhorar o algoritmo de sugestão de suas redes sociais e, a longo, em tecnologias de realidade aumentada e virtual para colocar em prática o tão aguardado Metaverso.

Com informações de Reuters.

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Alexandre G. Peres

Editor, redator e revisor da WebGo Content, graduado em Letras – Português/Inglês. Tem experiência com redação, revisão e editoração de textos para Web.