Preço de planos de saúde coletivos sobe 16% mesmo lucrando mais durante a pandemia

Marina Darie

28/06/2021

Com a pandemia de covid-19, um serviço voltou a ser altamente procurado pela população: os planos de saúde. Essa área se tornou uma prioridade novamente para os brasileiros, que por conta da crise financeira, estavam abandonando os contratos de planos. Apesar disso, uma notícia pode espantar os consumidores. 

De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, mesmo lucrando 50% a mais durante a pandemia de covid-19, os planos de saúde coletivos anunciaram um reajuste anual que ficou em torno de 16%. Este valor é maior do que a inflação dos últimos 12 meses, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, ficou em 8,06%. 

Os planos de saúde coletivos, que contam com 80% dos usuários desse serviço no Brasil, não são reajustados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).  As negociações de correção são feitas diretamente entre as operadoras e empresas ou entidades de classe. 

Qual o motivo para o reajuste dos planos de saúde coletivos?

Por que os planos de saúde coletivos sofreram um reajuste tão alto? Entenda o que está acontecendo

Planos de saúde coletivos são reajustados em quase 16%, mesmo tendo alta de 50% nos lucros no último ano. Entenda os detalhes dessa situação. (Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

O último boletim da ANS, de junho de 2021, revela que os serviços de saúde não foram mais utilizados nos primeiros meses de 2021 em comparação com o mesmo período de 2019, antes da pandemia. 

Além disso, os planos coletivos tiveram queda nos custos, já que houve a redução de cirurgias eletivas, consultas, exames e outros procedimentos que não eram urgentes. 

Ainda sim, é comum que os planos de saúde coletivos tenham um reajuste anual bem acima do que é feito para os planos individuais.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor, o Idec, a adequação média para os planos de saúde coletivos em 2020 foi de 11,28%. Esse valor é três pontos porcentuais acima do que foi estabelecido pela ANS para os planos individuais também em 2020. 

Neste ano, é esperado que a Agência Nacional de Saúde Suplementar faça uma correção baixa dos planos de saúde individuais.

O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP) anunciou no início do mês de junho que vai criar um grupo de trabalho para elaborar regras específicas para contratos de planos de saúde coletivos.

Não sou favorável a qualquer tipo de tabelamento de preços. O que a gente quer aqui é evitar os abusos”, disse Russomanno.

Este anúncio foi feito durante a realização de uma audiência pública. No evento, também estava presente Ana Navarrente, do Idec. Ela ressaltou:

A gente está vendo o impacto para o consumidor e é preciso reequilibrar esse mercado, e fazer isso de maneira transparente e com participação social”. 

Números de beneficiários de planos de saúde aumenta

De acordo com a ANS, em abril deste ano, os planos de saúde no Brasil registraram o maior número de beneficiários em cinco anos. Foram 48,1 milhões de usuários de planos médico-hospitalares. Isso significa um aumento de 0,46% em relação ao mês anterior (março). 

Em um ano – de abril de 2020 a abril de 2021 -, o crescimento ocorreu em todas as modalidades de contratação do plano, com destaque para os planos coletivos empresariais, com variação positiva de 3,15% no mês. Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação se mantém positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação no período de um ano.”, relatou a ANS por meio de nota. 

Quais são as principais reclamações dos consumidores?

Ainda segundo dados de abril da ANS, houve uma diminuição de 14,1% nas reclamações dos consumidores de março para abril deste ano. Especificamente sobre as reclamações relacionadas à covid-19, a redução foi de 13,2%.

As principais queixas sobre coronavírus para a ANS foram:

  • Dificuldades relativas à realização de exames e tratamento (40%);
  • Assistências afetadas pela pandemia  (46%);
  • Reclamações sobre temas não assistenciais (contratos e regulamentos, por exemplo) (14%). 

Fontes:Poder 360 e Câmara dos Deputados

Marina Darie
Escrito por

Marina Darie

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!

0

Aguarde, procurando sua resposta