Como a privatização dos Correios interfere na economia e no seu bolso?


Hoje, o Governo Federal anunciou como será o modelo de privatização dos Correios. A informação foi dada pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, ao jornal O Globo.

De acordo com Mac Cord, a proposta que o Ministério da Economia quer aprovar junto ao Congresso Nacional faz com que a privatização dos Correios seja de 100% – ou seja, a União se livraria totalmente do capital da empresa. A venda dos Correios seria feita por meio de um leilão tradicional, também chamado de “com abertura de envelopes”

Tanto os ativos, quanto os passivos dos Correios seriam levados pelo comprador. Com todo esse processo de privatização, a empresa se tornaria uma atribuição da Anatel com outro nome. Isso também significa que o setor postal vai sofrer mudanças. 

De uma forma simplificada, o projeto do Ministério da Economia quer criar a Agência Nacional das Comunicações (Anacom). Ela deve substituir a Anatel, que é a Agência Nacional de Telecomunicações. Essa nova agência, a Anacom, regularia o Sistema Nacional de Serviços Postais. 

A empresa vai pegar o Brasil inteiro. A gente chegou a avaliar fatiar por região, mas entendemos que para garantir a universalização é preciso ter o subsídio cruzado dentro da própria empresa”, disse Mac Cord ao jornal O Globo. 

Quando será votado o projeto da privatização dos Correios?

Entende como deve ser feita a privatização dos Correios
Projeto que discute privatização dos Correios deve ser votado entre julho e setembro na Câmara dos Deputados. (Imagem: Agência Brasil / Divulgação)

Nesta terça-feira, dia seis de julho, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que a votação do projeto da privatização dos Correios deve ser feita entre julho e agosto. 

Lógico que temos que contar com todas as imprevisibilidades, mas entre a segunda quinzena de julho e primeira de agosto nós deveremos estar com o projeto da privatização dos Correios em plenário para que possa ser discutido pelos deputados e deputadas”, afirmou Lira. 

Estudos do BNDES sobre a privatização dos Correios

Os Correios foram inseridos no Programa Nacional de Desestatização (PND) em abril. Com isso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Social, o BNDES, fez um consórcio formado pela consultoria KPMG e pelo escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Sociedade de Advogados. 

O fruto dessa parceria foi um estudo e levantamento contábil, jurídico e financeiro para avaliar condições e riscos da privatização dos Correios. 

Os estudos apontam que uma desestatização unificada, mediante alienação de controle acionário, gera mais valor para o acionista e para a sociedade, permitindo a manutenção do serviço postal universal, com qualidade e preços justos para todos os usuários dos Correios.”, explicou o BNDES por meio de nota. 

Outra fase de estudos, com conclusão prevista para setembro, deve definir o valor mínimo da companhia para o leilão de desestatização. 

O Sistema de Informações das Estatais (Siest), do Ministério da Economia, realizou outro estudo sobre a privatização dos Correios. De acordo com o levantamento, o passivo da empresa chega a R$14 bilhões. Isso representa quase 50% da dívida da estatal, com pendências financeiras com o fundo de pensão dos funcionários, o Postalis, e com o plano de saúde. 

Cerca de 17% do passivo representa obrigações sociais e trabalhistas. Outros 7% são compostos de dívidas com fornecedores, de acordo com a pesquisa do Siest. 

Receita dos Correios

Durante a pandemia, os Correios bateram recorde nas receitas internacionais. Elas chegaram a R$1,2 bilhão no ano passado. Em 2019, o total delas foi de R$919 milhões. As receitas internacionais são pagamentos de quando a empresa faz uma entrega local de uma carta ou encomenda internacional. 

Em 2020, o lucro líquido dos Correios foi de R$ 1,53 bilhão. Esse valor é R$104 milhões maior do que de 2019.  A alta do lucro líquido aconteceu no ano passado pela quarta vez seguida. 

Fontes: Exame, UOL, Extra  e Poder360. 

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!