Procura por empréstimos e financiamentos para pagar as contas do mês aumentou. Quais os cuidados necessários para evitar o endividamento?

Felipe Matozo

24/10/2021

Levantamento da Serasa Experian mostra que em setembro a procura por financiamentos aumentou 14,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, indicando a dificuldade que boa parte da população vem enfrentando para pagar as contas do mês.

Segundo a pesquisa, o aumento foi ainda maior entre as famílias de baixa renda. Entre a fatia da população que recebe até R$ 500 por mês, o salto na procura foi de 21,3% no período. Enquanto isso, no grupo de pessoas com renda mensal de R$ 1.000 a R$ 2.000, o aumento foi de 12,3%.

A diferença entre os grupos revela a vulnerabilidade das famílias mais pobres ao aumento da inflação, que deve fechar 2021 com um índice acima do dobro do previsto para o ano.

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Procura por financiamentos aumenta, indicando que brasileiros têm dificuldades para pagar contas. Foto: Reprodução/Canva

Cuidados com empréstimos caros por falta de financiamentos para pagar contas

De acordo com Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, o aumento na procura por crédito está relacionada à dificuldade que o brasileiro enfrenta para “chegar vivo até o fim do mês”. Segundo ele, os motivos para este cenário são as altas da inflação e do desemprego.

Entretanto, a população mais pobre tem menos acesso a linhas de financiamento, e por isso acaba recorrendo a empréstimos mais caros. Mesmo entre as ofertas mais facilitadas de crédito, há riscos de gerar uma bola de neve de dívidas.

Nos últimos meses, temos observado o crescimento da contratação de modalidades de crédito típicas de momentos em que as pessoas passam por dificuldades financeiras, sem conseguir manter seus custos fixos com a renda que têm”, destacou Rabi.

Neste cenário, o economista afirma que o aumento do rotativo e do parcelado cartão de crédito foi de 9,4% entre julho e agosto, enquanto o do cheque especial foi de 8,4%.

Para o economista, a situação é preocupante, pois muitas vezes o crédito que as pessoas de baixa renda conseguem têm taxas de juros muito altas. Além disso, quem está negativado acaba recorrendo às financeiras, que cobram taxas três vezes maiores que as de bancos convencionais.

Por conta disso, Rabi alerta que há um cenário de porta de entrada para o aumento da inadimplência e do endividamento.

Sendo assim, o ideal é buscar empréstimos apenas em caso de emergência, e pesquisar o máximo possível de ofertas para contratar a que mais valha a pena, tomando cuidado com os juros para evitar que as contas virem uma bola de neve fora de controle.

Fonte: 6 minutos.

Felipe Matozo
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Felipe Matozo

Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.

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