Na última sexta-feira (25/02), o governo confirmou a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25%, em uma tentativa de reduzir os preços dos produtos e conter a alta da inflação.
No entanto, economistas apontam que há um grande risco de a medida não surtir os efeitos esperados. Isso porque é possível que as empresas utilizem a redução do imposto para aumentar seus próprios lucros.
A seguir, entenda melhor os benefícios que a redução do IPI pode oferecer aos brasileiros e quais os riscos de essa medida não ser tão efetiva.
Como a redução do IPI pode ajudar o consumidor?
Veja quais podem ser os efeitos da redução de 25% no IPI. Foto: Canva
Desde o ano passado, os brasileiros vêm enfrentando níveis recordes de inflação, que não parou de subir em 2021 e fez o poder de compra da população cair drasticamente.
Como a inflação é um reflexo de que as coisas estão mais caras, o objetivo da redução do IPI é diminuir os custos dos produtos. Afinal, com uma taxa de imposto menor, o custo de produção para as empresas cai, e elas podem repassar esses descontos para o consumidor.
Sendo assim, a redução de 25% no IPI pode fazer com que o preço de muitos produtos caia e o poder de compra da população aumente.
Por outro lado, é possível que esses descontos fiquem apenas na teoria, pois há o risco de a redução nos impostos não chegar ao consumidor.
Por que a medida pode não funcionar?
Conforme alguns economistas vêm apontando, é possível que as empresas usem a redução do IPI para melhoras suas margens de lucro.
Nesse caso, ao invés de repassar os descontos para o consumidor, baixando os preços de venda, as empresas podem usar a redução nos custos de produção para melhorar seus ganhos.
Isso porque, segundo alguns economista, as empresas estão com margens apertadas desde antes da pandemia e podem usar a redução no valor do imposto para ajudar a aliviar esta pressão.
Sendo assim, existe o risco de a redução do imposto não proporcionar descontos para o consumidor, o que pode fazer com que o impacto da medida não seja tão relevante para a economia.
Felipe Matozo
Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
