Salário mínimo deve subir para R$ 1.170 em 2022 segundo previsões do Governo
O Governo Federal está de olho no reajuste do salário mínimo para 2022. O aumento deve ser de 6,2%, que está acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 5,25%, mas ainda está abaixo da expectativa de inflação para este ano, que é 7,11%.
Assim, o salário mínimo passaria de R$1100,00 para R$1170,00.
No dia 20 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro assinou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022. Nela, o salário mínimo do ano que vem ficou em R$ 1.147,00, o que representa um aumento de 4,3% na comparação com o piso de 2021.
Essa proposta não cobre a inflação de janeiro a julho deste ano, que foi de 4,76% e, muito menos, a inflação prevista para todo o ano, que deve ultrapassar os 7%, de acordo com previsões do Banco Central.
O Ministério da Economia, liderado por Paulo Guedes, justificou o reajuste de 4,3%.
A LDO não altera diretamente o valor do salário mínimo, sendo essa quantia apenas uma diretriz a ser considerada na elaboração do projeto de lei orçamentária de 2022 (PLOA-2022), a qual poderá vir a ser modificada. O valor efetivo ainda será fixado por meio de medida provisória”, informou a pasta.
A LDO de 2022 prevê um déficit de R$ 177,5 bilhões no ano que vem.
Salário mínimo de 2021
O salário mínimo em vigor desde janeiro de 2021 é de R$1100,00. Ele sofreu um reajuste de 5,26% em relação ao ano anterior, quando o piso salarial era de R$ 1.045,00.
Esse pequeno acréscimo apenas acompanhou a inflação e não proporcionou um ganho real para os brasileiros.
Quando estabeleceu essa correção, o Governo Federal informou que ela foi feita com base na variação da inflação, medida pelo Índice Nacional de preços ao consumidor (INPC), de janeiro a dezembro do ano passado.
O Ministério da Economia defendeu que o acréscimo de R$55,00 de um ano para outro, teve um efeito de R$ 17,3 bilhões aos cofres públicos. A pasta econômica afirmou que a cada R$ 1 somado ao salário mínimo, as contas do Governo Federal são impactadas em R$ 315,4 milhões.
Em junho, o senador Paulo Paim (PT-RS), começou um movimento de política de valorização do salário mínimo.
Os preços foram às alturas. Entre outros, os da alimentação, do gás, da energia elétrica, dos combustíveis, dos transportes, do vestuário e da água. O acumulado nos últimos 12 meses foi de 8,06%. O governo perdeu o controle (…) O salário mínimo é um instrumento de cidadania e de distribuição de renda, assim como é da política que os salários sejam corrigidos pelo menos pela inflação. Tudo isso afeta o conjunto de salários. Como está, não dá para ficar. O governo precisa agir e disponibilizar vacinas em massa, rapidamente; assim, salvamos vidas e reaquecemos a economia”, declarou Paim.
O senador defende que a política de valorização dos salários mínimos volte a ser praticada, pois ela garante aos trabalhadores a recomposição salarial com base no PIB mais a inflação.
Como fazer a melhor gestão dos salários?
Enquanto o salário mínimo não tem um ganho real, os brasileiros precisam lidar com o dinheiro da melhor forma possível, para que consigam organizar os gastos.
O especialista em negócios, Diego Arruda, dá algumas dicas:
- Saiba o seu salário líquido;
- Elabore uma planilha com seus gastos mensais;
- Reorganize as contas e divida os gastos necessários dos supérfluos;
- Se possível, crie um fundo emergencial.
Tente se lembrar dos valores de tudo que andou gastando no último mês, tanto das despesas fixas (aluguel, plano de saúde), quanto às despesas variáveis (luz, água, combustível, alimentação) e os esporádicos, que são os pessoais ou reparos para casa. Calcule e veja se ultrapassa seu salário bruto. Assim, você consegue identificar onde andou gastando para mais”, exemplifica Arruda.
Ainda sim, é importante ressaltar que os custos de vida no Brasil estão altos. O preço dos alimentos está inflacionado, a conta de luz aumentou por conta da crise hídrica e o valor do litro do combustível não para de crescer.
De acordo com o último levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço da cesta básica aumentou em 15 capitais em julho.
Para comprar os produtos de uma cesta básica na capital mais cara do país no mês passado, que foi Porto Alegre, o salário mínimo deveria ser de R$ 5.518,79, de acordo com o Dieese. Esse valor é 5,02 vezes maior do que o piso nacional vigente.
Fontes: IG, Agência Senado, Uol, Dieese.