Auxílio Brasil de R$ 600: proposta pode ganhar novidades nesta terça (28)
Proposta que prevê aumento na parcela do Auxílio Brasil para R$ 600 por família pode avançar nos próximos dias, mas também enfrenta impasses.
A proposta que prevê um aumento no valor da parcela mensal do Auxílio Brasil para R$ 600 pode seguir adiante nesta semana. Ontem (27/06), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou a apoiadores que o aumento pode acontecer nesta terça-feira (28).
A poucos meses das eleições, o governo pretende incluir o aumento de R$ 200 no valor do benefício na PEC dos combustíveis. A expectativa é que o relator do projeto, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apresente o seu texto final ainda hoje.
Na proposta inicial da PEC, o governo iria compensar os estados que zerassem o ICMS dos combustíveis. No entanto, a avaliação é que destinar o dinheiro para programas sociais pode ter um benefício eleitoral maior.
Auxílio Brasil pode ser de R$ 600 em julho
A expectativa do relator da PEC é que o texto seja aprovado rapidamente no Senado e na Câmara, e que os beneficiários do Auxílio Brasil já recebam as parcelas de R$ 600 em julho.
Porém, o governo precisa “driblar” a Lei Eleitoral para aumentar o valor do benefício. Isso porque a lei impede o aumento de benefícios sociais em ano de eleição, pois o governo pode usar isso para fins eleitoreiros.
Nesse caso, a estratégia do Palácio do Planalto deve ser declarar emergência nacional. Com isso, o governo incluir na PEC aumentos no Auxílio Brasil e no Vale-Gás e ainda criar um “voucher caminhoneiro” de R$ 1.000 com gastos acima do teto.
Mas segundo especialistas e ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ouvidos pelo GLOBO, a estratégia do governo pode criar um impasse jurídico. Ou seja, é possível que a proposta encontre mais dificuldades do que o esperado.
Rejeição do governo Bolsonaro é maior entre mais pobres
Os aumentos nas parcelas do Auxílio Brasil e do Vale-Gás podem ajudar eleitoralmente Bolsonaro em um público onde o presidente tem baixa popularidade.
Segundo a pesquisa Datafolha divulgada na última semana, Bolsonaro tem uma rejeição de 60% entre os eleitores mais pobres.
Além disso, um levantamento BTG/FSB divulgado ontem mostra que o ex-presidente Lula (PT) tem larga vantagem sobre Bolsonaro entre beneficiários do Auxílio Brasil: 73% contra 16%.