Número de famílias com uma só pessoa no Auxílio Brasil SURPREENDE
Dados do Auxílio Brasil revelam aumento surpreendente no número de beneficiários unipessoais, quando há apenas uma pessoa na família.
Em agosto, o governo incluiu mais de 2 milhões de novos beneficiários no Auxílio Brasil, e mais da metade deste grupo é formado por famílias unipessoais, ou seja, quando há só uma pessoa na família.
Ao todo, 1,1 milhão dos beneficiários que começaram a receber o benefício de R$ 600 moram sozinhos, o que representa 54% das novas famílias atendidas pelo programa, segundo reportagem do UOL.
Com isso, o número de famílias com apenas um integrante que recebem o Auxílio Brasil mais que dobrou em menos de um ano.
Quantas famílias com uma só pessoa recebem o Auxílio Brasil?
Com a inclusão de mais de 1 milhão de famílias unipessoais em agosto, o total de beneficiários do Auxílio Brasil que moram sozinhos chegou a 4,9 milhões de pessoas (24%). Em outubro de 2021, o número estava em 2,2 milhões.
Enquanto isso, a média de domicílios com apenas uma pessoa no país é de 15%, segundo o IBGE. Até agosto, quando o número disparou, o percentual de beneficiários do Auxílio Brasil nestas condições estava no mesmo nível da média indicada pelo IBGE.
Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, este aumento tem a ver com as mudanças no programa. Afinal, o Auxílio Brasil deixou de ter o número de integrantes na família como referência para pagar o benefício.
Benefício tem distribuição desigual
Com as mudanças impostas pelo governo no Auxílio Brasil, o programa passou a pagar o mesmo valor para quase todos os beneficiários.
Com isso, a atual parcela de R$ 600 do Auxílio Brasil é paga tanto para uma família de uma só pessoa quanto para uma com 3 crianças. No Bolsa Família, o valor aumentava conforme o número de pessoas na família.
Segundo especialistas, isso tem relação com a visão eleitoral relacionada ao aumento no benefício. Isso porque ao invés de oferecer reajustes maiores para famílias com mais crianças, a mudança no Auxílio Brasil buscou aumentar o número de adultos atendidos pelo programa.
Um dos resultados dessa situação é que mais da metade das famílias consideram insuficiente o valor do benefício. Segundo uma pesquisa Datafolha divulgada em agosto, 56% dos eleitores afirmam que a parcela R$ 600 não é suficiente para as despesas da família.
Além disso, enquanto o governo promete manter a parcela de R$ 600 no próximo ano, a tendência é que o benefício volte a ser de R$ 400 em janeiro. Afinal, a manutenção da parcela atual não está prevista no Orçamento de 2023.