Brasil tem 116 milhões de pessoas com nomes iguais: saiba como evitar fraudes

Felipe Matozo

16/08/2021

Segundo um estudo realizado pela agência digital de crédito proScore, o Brasil tem mais de 100 milhões pessoas com nome e sobrenome idênticos, os chamados homônimos. Entretanto, mais do que uma simples coincidência, os nomes iguais podem causar fraudes.

Das 217 milhões de pessoas cadastradas na base da agência especializada em Big Data, Analytics e motores de decisão, mais da metade são homônimos, 116 milhões no total. De acordo com a proScore, é possível afirmar que 1 em cada 2 brasileiros tem alguém com o mesmo nome.

Por conta disso, os especialistas alertam que o número de pessoas expostas a riscos de fraudes por conta da coincidência é grande, o que faz com que seja necessário tomar alguns cuidados para evitar problemas.

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Com mais de 116 milhões de brasileiros com nomes iguais, risco de fraudes é grande. Foto: Reprodução/Thinkstock

Nomes mais repetidos do Brasil

Conforme mostra o levantamento da proScore, o nome campeão de repetições no país é Maria José da Silva. Ao todo, são 78,4 mil pessoas com esse nome.

Na segunda colocação aparece outra variação de “Maria”, e novamente o sobrenome mais famoso do Brasil está lá: Maria Aparecida da Silva, com 53,7 mil repetições. Além disso, se tirar o “da” do meio do nome, o número de repetições continua alto, 5,3 mil.

Entre os cinco nome mais repetidos do Brasil, tanto “Maria” quanto “da Silva” aparecem quatro vezes cada. Na lista de 19 mais recorrentes, o tradicional nome feminino é o segundo que mais aparece, com sete variações, atrás apenas de “José”, que tem nove (fora as aparições como nome do meio).

Enquanto isso, entre os sobrenomes, apenas “da Silva” e “dos Santos” aparecem entre os 19 homônimos mais comuns.

De acordo com pesquisa da agência, os 19 nomes mais recorrentes no país são os seguintes:

  1. Maria José da Silva – 78.403
  2. Maria Aparecida da Silva – 53.743
  3. Maria José dos Santos – 36.016
  4. José Carlos da Silva – 35.256
  5. Maria de Lourdes da Silva – 32.886
  6. José Pereira da Silva – 30.857
  7. José Antônio da Silva – 29.296
  8. João Batista da Silva – 28.978
  9. Maria Aparecida dos Santos – 26.258
  10. José dos Santos – 24.919
  11. José Francisco da Silva – 24.813
  12. Maria de Fatima da Silva – 22.848
  13. José Carlos dos Santos – 22.642
  14. José Ferreira da Silva – 22.560
  15. Antônio Pereira da Silva – 20.099
  16. Antônio José da Silva – 20.066
  17. Maria do Carmo da Silva – 19.561
  18. José da Silva – 19.291
  19. José Alves da Silva – 18.713

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Nomes iguais podem gerar fraudes

Apenas na lista acima, são mais de 550 mil brasileiros com o mesmo nome que outras pessoas. Dessa forma, é muito provável que o leitor conheça alguém que tenha ao menos um dos nomes citados.

Mas essa alta probabilidade de diversas pessoas terem nomes iguais, não deixam de ser um chamariz para golpes e fraudes. Conforme destaca a CEO e fundadora da proScore, Mellissa Penteado, isso faz com que as empresas e comércios precisem utilizar ferramentas que previnam este risco.

Segundo Leonardo Sant’Anna, especialista em segurança pública e privada, há instituições que já oferecem meios de aumentar a proteção de seus clientes contra golpes.

Alguns bancos e empresas de cartão de crédito já usam esse mecanismo, que bloqueia seu cartão em transações e pagamentos que não sejam comuns ao seu dia a dia, determinando que você ligue para liberar a possível compra”, explica o especialista.

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Como se proteger de fraudes e golpes

Além das ações de empresas e bancos, Sant’Anna também destaca algumas medidas que podem ajudar pessoas com nomes comuns a diminuir o risco de fraudes. Entre elas, estão:

  • Proteger dados registrados em cartório, principalmente de imóveis. Nessa caso, é importante obter uma certidão negativa de propriedade imobiliária e solicitar uma certidão de busca de bens;
  • Sempre manter atualizados os dados de e-mails;
  • Proteger as senhas utilizadas para fazer compras pela internet;
  • Usar ferramentas de alerta para receber notificações sempre que uma compra ou cadastro for realizado em seu nome, as chamadas biometrias comportamentais.

Mas caso a pessoa acabe se tornando vítima de um crime como esse, o especialista em segurança destaca que a primeira coisa a se fazer é recorrer à instituição ou local onde aconteceu o golpe. Se for o caso, também é importante procurar cartórios e delegacias especializadas em defraudações ou crimes digitais.

Segundo Sant’Anna, anotar data e horário de ocorrência de uma fraude também faz diferença, inclusive no processo judicial. Além disso, o ideal é que nada seja feito apenas de forma verbal, pois reclamações, denúncias e outros dados precisam estar registrados por escrito.

Fonte: Metrópoles.

Felipe Matozo
Escrito por

Felipe Matozo

Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.