No mundo da moda, a Shein é reconhecida como uma marca popular no mundo todo, conhecida por suas roupas e preços acessíveis. No entanto, recentemente, a Shein tem sido alvo de denúncias preocupantes, como a de presença de chumbo nas roupas.
Um estudo realizado pela Greenpeace Alemanha revelou que uma porcentagem significativa dos produtos têxteis da Shein está contendo níveis perigosos de substâncias químicas.
Neste artigo, vamos explorar essas alegações e entender os riscos que podem surgir para os consumidores.
Entenda a Denúncia do Greenpeace contra a Shein
Denúncias indicam alta presença de chumbo em algumas roupas da Shein.
De acordo com o estudo feito pela Greenpeace Alemanha, aproximadamente 15% dos produtos têxteis da Shein que foram analisados apresentaram níveis de substâncias químicas superiores aos permitidos.
Surpreendentemente, cinco desses produtos ultrapassaram os limites em mais de 100%. Essas peças foram adquiridas em uma variedade de países europeus, incluindo uma loja física na Alemanha.
Entre as substâncias químicas encontradas, os ftalatos, substâncias perigosas, foram identificados em níveis alarmantes nos sapatos, e formaldeídos foram encontrados nas roupas infantis.
A Greenpeace acusa a Shein de negligência em relação aos riscos ambientais e à saúde humana, colocando em perigo tanto os consumidores como os trabalhadores e fornecedores envolvidos na produção desses produtos.
No Canadá, encontraram alta quantidade de chumbo em peças da Shein
Além disso, problemas relacionados à segurança e saúde também foram identificados fora da Europa.
A Comissão de Análise Econômica e de Segurança EUA-China mencionou que testes realizados no Canadá revelaram altos níveis de chumbo em uma jaqueta para bebês e em uma bolsa da Shein.
Essa descoberta é alarmante, considerando os graves riscos à saúde associados à exposição ao chumbo, especialmente em crianças. Esses resultados ressaltam a preocupação com a qualidade e segurança dos produtos oferecidos pela marca.
Quais são os riscos para os consumidores?
Os riscos para os consumidores que adquirirem produtos contaminados com substâncias químicas perigosas são bastante sérios. Os ftalatos, por exemplo, podem afetar o sistema endócrino e causar danos ao fígado, rins e pulmões.
Além disso, eles também podem ser disruptores hormonais, afetando especialmente as crianças em crescimento.
O formaldeído, por sua vez, é um conhecido carcinógeno humano, podendo aumentar o risco de desenvolvimento de câncer em longo prazo.
A exposição a altos níveis de chumbo também é extremamente perigosa, podendo levar a danos neurológicos e efeitos prejudiciais no desenvolvimento e crescimento das crianças.
Outras acusações contra a Shein
As preocupações com a qualidade e segurança dos produtos da Shein não se limitam apenas aos níveis de substâncias químicas perigosas. A fabricação dos produtos também tem sido objeto de preocupação.
Relatos indicam que a empresa pode estar usando tecidos provenientes de Xinjiang, região chinesa conhecida por violações dos direitos humanos.
Além disso, a Shein não conseguiu comprovar que seus produtos não foram produzidos por meio de trabalho forçado, o que está em desacordo com as leis americanas.
Relatórios também mencionam outros problemas trabalhistas nas fábricas fornecedoras, incluindo retenção de pagamento e jornadas exaustivas de trabalho.
O que diz a Shein?
Em resposta às acusações e aos resultados das investigações, a Shein destacou seu compromisso com a transparência e a ética. Em nota, a empresa afirmou que leva a sério a transparência em toda a nossa cadeia de suprimentos.
“Por mais de uma década, fornecemos aos clientes moda sob demanda e acessível, produtos de beleza e estilo de vida, legalmente e com total respeito pelas comunidades que servimos”, diz a nota da Shein.
Conclusão
Diante das acusações feitas pela Greenpeace e de outros problemas relacionados à segurança e qualidade dos produtos da Shein, com risco de alta quantidade de chumbo nas roupas, é essencial que a empresa tome medidas imediatas para solucionar esses problemas.
Afinal, a segurança dos consumidores e o cumprimento das leis e diretrizes ambientais devem ser prioridade.
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Felipe Matozo
Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
