Conta de luz: até final de 2021 haverá pressão das bandeiras tarifárias
Até o final de 2021 os brasileiros deverão pagar mais pelo fornecimento de energia elétrica, segundo projeções realizadas por especialistas à agência de notícias Reuters. A conta de luz será afetada pela pressão das bandeiras tarifárias aplicadas ao serviço, que esse ano devem variar entre a cor amarela e vermelha.
As bandeiras tarifárias passaram a ser aplicadas as contas de luz de todo o Brasil em 2015.
As cores amarela e vermelha indicam um custo a mais na conta de energia elétrica, justificado pela variação de oferta de energia das hidrelétricas, além do preço de energia do mercado. Já quando a bandeira se encontra na cor verde, significa que a oferta está de acordo com a demanda do país.
Em junho de 2020, devido ao agravamento da Covid 19 no país, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não permitiu que as bandeiras fossem aplicadas. No entanto, se as projeções dos especialistas forem confirmadas, significaria uma alta considerável nos custos da conta de luz desse ano onde boa parte da população ainda se encontra em situação emergencial por conta da pandemia.
Apesar disso, a Agência proibiu ao menos até o dia 30 de junho desse ano que a energia elétrica de famílias de baixa renda seja cortada em caso de falta de pagamento. A ação tem como objetivo respaldar a população mais pobre enquanto o novo auxílio emergencial não é pago e mesmo após, visto que o valor será menor que o de 2020.
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Durante os três primeiros meses desse ano prevaleceu a aplicação da bandeira amarela nas contas de luz. Com isso, houve um acréscimo de R$ 1,343 por cada 100 kiloowatts/hora consumidos.
Segundo declaração do presidente da Esfera Energia, Braz Justi, dada a Reuters, a expectativa é que a partir do mês de maio desse ano haja prevalência da bandeira vermelha em todos os estados brasileiros.
A opinião do vice-presidente da Comerc Energia, Marcelo Ávila, diverge um pouco, porém ainda projeta que os custos serão mais altos até o final de 2021.
“Em nossa visão, é bem possível que tenhamos a partir de maio um período intenso de bandeira amarela. Até o final do ano teríamos pelo menos amarela… com alguma chance de ter bandeira vermelha em julho e agosto”, disse à Reuters.
Alta na conta de luz está relacionada a falta de chuva
Em 2020 a maioria dos estados brasileiros sofreu com a escassez de chuvas. Em 2021 as expectativas em relação a isso ainda são para chuvas abaixo da média nas regiões de hidrelétricas.
As chances de mais bandeiras amarelas do que vermelhas até pelo menos o mês de setembro irá depender muito da potência dos ventos durante o período para a geração de energia eólica.
Gustavo Ayala, presidente da Bolt Energias também acredita que se caso houverem chuvas na região sul do país, isso pode abrir brecha para a inserção de uma bandeira verde. No entanto, ele mesmo afirma que a probabilidade disso acontecer é pequena.
Outra situação que pode tornar a iminência da bandeira vermelha ainda mais custosa para o consumidor é uma proposta que vem sendo considerada pela diretoria da Aneel. A Agência abriu uma consulta pública que estará disponível até maio desse ano.
O assunto a ser discutido é o aumento dos valores adicionais da bandeira vermelha de nível 1 e 2. O órgão propõe que cada nível seja reajustado em 10% e 21%. Isso em valores representaria R$ 4,599 para o nível 1 e R$ 7,571 para o nível 2 a cada 100kwh.
Em compensação aos aumentos, a bandeira amarela teria uma redução de quase 26%, chegando ao valor de R$ 0,996.
Apesar da proposta, a Aneel avalia a situação geral do país. Com a desvalorização do dólar, as chuvas fracas e o maior uso das usinas termelétricas para a geração de energia, a Agência decidiu suspender na semana passada os reajustes de tarifas da conta de luz, até avaliar melhores formas de conter o aumento tão exponencial de custos.
Fonte: Reuters
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