Governo planeja empréstimo consignado com juros de 1,2% para Bolsa Família

Flavio Carvalho

19/08/2021

O governo federal planeja implementar um empréstimo consignado no Bolsa Família com juros de 1,2% ao mês. Essa modalidade de crédito está prevista para o novo Bolsa Família, que foi anunciado recentemente.

Confira, aqui, tudo o que já se sabe sobre o empréstimo consignado para o Bolsa Família e mais informações sobre o programa social!

bolsa familia

O que é empréstimo consignado?

O empréstimo disponibilizado pelo programa é o consignado, que é uma modalidade na qual o pagamento é feito diretamente na folha ou no benefício da pessoa física.

Isso significa que o valor que o contratante deveria pagar todo mês é automaticamente descontado de seus ganhos, sem necessidade de quitar boletos ou faturas.

Taxa de juros do empréstimo consignado é menor?

Sim, a taxa é sempre menor do que a cobrada em outras modalidades de empréstimo. O motivo disso é simples: o credor tem garantia de recebimento do valor porque as parcelas mensais são descontadas diretamente da folha de pagamento / benefício do contratante.

Em situações assim há um menor risco de inadimplência, o que reduz expressivamente a taxa de juros, tornando o empréstimo mais barato, especialmente quando se considera o valor total pago em comparação a outras opções disponíveis no mercado.

Requisitos para o empréstimo no Bolsa Família

O governo ainda não liberou detalhes sobre requisitos a serem cumpridos para solicitar o empréstimo Bolsa Família. O que se sabe até o momento é que o solicitante deve pertencer ao programa para ter acesso à linha de crédito.

O que se sabe sobre o empréstimo consignado Bolsa Família

Até o momento há poucas informações sobre o empréstimo consignado Bolsa Família. O governo planeja que a linha de crédito tenha taxa de juros de 1,2% ao mês e que o serviço descontará até 30% do valor mensal que a família ganha.

Outro ponto sobre o empréstimo é que não precisará de comprovação de renda, que normalmente é solicitada por outros bancos. A ideia é que o próprio beneficiário consiga solicitar o empréstimo pelo Caixa Tem, com crédito imediato na conta social digital que é utilizada para pagamento do Bolsa Família e auxílio emergencial.

Se o contratante for excluído do Bolsa Família, será obrigado a quitar o valor do empréstimo consignado mesmo assim. Caso não o faça, há a possibilidade de negativação do CPF e de inscrição na dívida ativa.

A Caixa Econômica Federal será a responsável pelo empréstimo consignado Bolsa Família, cuidando de todos os trâmites de contratação. Nos próximos meses, o governo deve anunciar mais detalhes sobre o programa.

Novo Bolsa Família e eleições 2022

O empréstimo consignado com taxa de juros de 1,2% ao mês faz parte de uma estratégia do governo federal de repaginar o Bolsa Família, programa originalmente lançado durante o governo do ex-presidente Lula (PT).

A proposta é desvincular o programa da imagem de Lula para que se torne uma das principais vitrines do atual presidente para a disputa à reeleição em 2022.

De acordo com técnicos que atuam nesse projeto de renovação do Bolsa Família, o presidente pediu para que recriassem o vale gás dentro do programa, para atender famílias que estão enfrentando dificuldade pela alta do preço do botijão.

O novo Bolsa Família prevê concessão de microcrédito para famílias na área urbana, bem como a reformulação do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) da área rural, que receberá o nome de Alimenta Brasil. Quem aderir ao programa e quiser plantar alimentos terá a garantia de compra da produção pelo governo.

Há, ainda, a possibilidade de premiação em dinheiro para alunos que conquistarem boas notas na escola e tiverem destaque em atividades esportivas, além da concessão de voucher creche e auxílio para crianças órfãs da Covid-19.

A pergunta mais feita por economistas e imprensa ao conhecer toda a lista de benefícios que o governo quer implementar no Bolsa Família é: de onde sairá dinheiro para tudo isso?

Vale lembrar que o próprio governo se recusou no início do ano a manter o valor do auxílio emergencial porque não tinha dinheiro em caixa. Mas, a equipe econômica espera conseguir uma ampliação de gastos ao Bolsa Família de R$ 5 bilhões. Os R$ 13 bilhões restantes que precisaria viriam da reforma tributária e taxação de dividendos, que ainda precisam ser aprovadas.

O governo quer acelerar o novo Bolsa Família, porque por restrição eleitoral só poderá fazê-lo e utilizá-lo em campanha se a aprovação ocorrer em 2021. O plano é substituir o programa em novembro, após o fim do auxílio emergencial em outubro.

Flavio Carvalho
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Flavio Carvalho

Gestor de Projetos e Pessoas da WebGo Content. Especialista em SEO e novos Projetos. Formado em Relações Públicas (PUC/PR) e experiência de mais de 10 anos no Marketing Digital.