Este problema está IMPEDINDO muitas pessoas de receberem o AUXÍLIO BRASIL

Felipe Matozo

23/08/2022

Apesar de o Auxílio Brasil já ser pago a cerca de 20 milhões de famílias, milhares de pessoas que têm direito ao benefício não estão recebendo por um problema comum em muitos lugares: a falta de registro no CadÚnico.

Segundo uma pesquisa recente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), metade das pessoas em situação de rua não têm cadastro no CadÚnico, e por isso não recebem benefícios aos quais elas têm direito.

Problema impede que famílias pobres recebam o Auxílio Brasil

Segundo dados do Ministério da Cidadania, haviam mais 172 mil famílias brasileiras em situação de rua inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) em abril deste ano.

No entanto, outras milhares de pessoas sequer sabem que têm direito ao Auxílio Brasil. Sem a devida inscrição no CadÚnico, estas famílias em situação de vulnerabilidade acabam ficando “invisíveis” para as estatísticas.

Além disso, muitas famílias vulneráveis e em situação de rua não sabem o que é o CadÚnico, sistema usado pelo governo para pagar benefícios sociais. Com isso, estas pessoas deixam de participar do Auxílio Brasil e de outros programas de assistência social.

É o caso das irmãs Michele e Sthefany Rodrigues, de 18 e 20 anos, respectivamente. Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, elas contaram que não conhecem o cadastro e não recebem o auxílio por falta de documentação.

“Quando eu tive meu filho, eu tentei fazer o Bolsa Família, mas falaram que eu não podia, porque precisava ter o título de eleitor. A mesma coisa aconteceu com o Auxílio Brasil. Eu só não tinha o título, então, não consegui”, relata Michele.

Michele conta que correu atrás dos documentos, mas o filho morreu antes mesmo de ela ter acesso ao benefício. Segundo a moradora de Luziânia (GO), ela ainda não conseguiu o título de eleitor porque foi informada que o documento é apenas digital quando chegou ao local de emissão.

Atraso no Censo prejudicou famílias vulneráveis

Segundo Rodrigo Reis, especialista em Relações Internacionais e diretor executivo do Instituto Global Attitude, o Censo é um ferramenta muito importante para conhecer as características do país.

Nesse caso, o atraso no Censo, que deveria ter acontecido em 2020 e só começou neste ano, atrapalhou o mapeamento da população mais vulnerável. Com isso, não há evidências para que as autoridades criem políticas públicas de formas mais eficazes.

Fonte: Correio Braziliense.

Felipe Matozo
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Felipe Matozo

Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.

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