Evite ao máximo fazer isso com a fatura do seu cartão de crédito
Pagar o mínimo da fatura do cartão de crédito para o banco é um grande problema, por conta dos juros que recaem sobre o valor restante.
Por mais que o cartão de crédito possibilite que grandes compras sejam feitas sem que pesem muito no bolso de uma só vez, ele é o maior vilão do endividamento entre os brasileiros, principalmente por conta da fatura.
Cada pequena compra, que parece inofensiva, resulta em uma grande quantia no final do mês e assusta os consumidores, que não conseguem pagá-la por completo e fazem apenas o pagamento mínimo requisitado pelo banco.
O grande problema é que o valor que não foi quitado será lançado na próxima fatura com o acréscimo de taxas e juros. Assim, a dívida ganha proporções ainda maiores e se torna uma bola de neve! O nome desse processo é crédito rotativo.
Agora, imagine se isso acontecer todos os meses com mais de um cartão de crédito. Uma pesquisa feita pela Serasa aponta que 70% dos brasileiros têm três ou mais cartões:
- 29% dos entrevistados têm cinco ou mais cartões;
- 18% têm quatro cartões;
- 23% têm três cartões;
- 21% têm dois cartões;
- 9% dos entrevistados têm somente um cartão.
Quais são os juros cobrados para quem pagar o mínimo da fatura do cartão de crédito?
Em janeiro deste ano, os juros do cartão de crédito rotativo ficaram em 346,3%, de acordo com o Banco Central (BC). No mesmo mês do ano anterior, eles atingiram 329,7%. Dados do BC mostram que, em 2021, a busca pelo rotativo do cartão de crédito foi a maior em dez anos.
O crédito concedido chegou a R$ 224,7 bilhões no ano passado, o que representa uma média mensal de R$ 18,7 bilhões. Em 2020, as concessões no cartão de crédito rotativo para pessoa física totalizaram R$182,7 bilhões, ou R$ 15,2 bilhões por mês.
Mesmo com esses grandes valores e impactos no orçamento, 84% das pessoas que usaram o cartão de crédito nos últimos 12 meses desconhecem a taxa de juros cobrada no rotativo, segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae e divulgada em novembro do ano passado.
Mudança na legislação sobre o rotativo
Com o objetivo de evitar que os consumidores fiquem eternamente endividados, o Banco Central instituiu novas regras em 2017 sobre o crédito rotativo do cartão de crédito. Com elas, só é possível ficar no rotativo por até 30 dias.
Depois desse período, é possível escolher entre pagar o valor integral ou parcelar a fatura. Além disso, a taxa de juros do parcelamento deverá ser menor do que a do rotativo.
Como evitar o endividamento com o cartão de crédito?
Antes de mais nada, para evitar o endividamento com o cartão de crédito, é importante que o consumidor tenha um controle financeiro: faça planilhas com os gastos, anote cada compra feita no cartão de crédito e guarde dinheiro para pagar a fatura.
Se isso não acontecer, ele vai precisar ser estratégico. Especialistas orientam que, se possível, o consumidor que está endividado ao pagar a taxa do rotativo do cartão, troque-a por qualquer financiamento com juros mais baixos, como é o caso do empréstimo consignado. Isso pode ser feito 30 dias após a abertura da dívida.
Outra ação que deve ser tomada, antes de fazer a contratação do empréstimo, é solicitar à instituição financeira em que a dívida está sendo acumulada pelo Custo Efetivo Total (CET). Com ele é possível verificar qual é o verdadeiro valor em débitos e, assim, fazer um planejamento financeiro para quitá-los. O consumidor tem o direito a essa informação. Se a instituição não cumprir com a obrigação é possível denunciá-la ao Procon ou Banco Central.
Outra possibilidade é abrir um diálogo com o banco em que a dívida está sendo acumulada para negociá-la de forma conveniente para ambas as partes envolvidas.