A redução de 4,7% no preço do gás de cozinha nas refinarias, anunciada nesta semana pela Petrobras, deve ter pouco impacto na inflação, segundo especialistas.
Com o reajuste que passou a valer nesta terça-feira (13/09), o preço médio do botijão gás de 13 kg para as distribuidoras passa de R$ 54,94 para R$ 52,34.
Porém, este não é o valor que chega para o consumidor final, já que há o acréscimo das margens das distribuidoras e revendedores.
Impacto da redução no preço do gás para o consumidor é pequeno
Segundo André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a redução no preço do gás de cozinha não deve fazer muita diferença para o consumidor final.
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O economista explica que a cada 1% de redução no gás de botijão, o impacto no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses é de 0,01%.
Além disso, Braz destaca que o gás de cozinha subiu 20% em 12 meses, valor acima da inflação. Porém, ele afirma que “a queda é pequena, mas é boa, porque não se ouvia falar em redução no custo do produto”.
Para Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a redução segue uma estratégia eleitoral do governo. Segundo ele, o governo “corre atrás do prejuízo” a 20 dias das eleições, depois de “altas recordes no preços dos derivados” registradas nos últimos anos.
Preço do gás nas refinarias mais que dobrou no atual governo
O preço do gás de cozinha nas refinarias saltou 119,1% durante o governo Jair Bolsonaro (PL), segundo levantamento da FUP e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O estudo feito com base em dados da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) também revela que o aumento para o consumidor final foi menor, de 61,2%.
Ainda assim, a alta no valor do gás de cozinha para o consumidor ficou bem acima da inflação e do reajuste no salário mínimo no período. A inflação medida pelo IPCA desde o início do governo Bolsonaro foi de 25,3%, enquanto o salário mínimo aumentou 21,4%.
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Felipe Matozo
Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
