Desde que o Pix foi implementado em fevereiro de 2020, muita gente tem especulado que essa modalidade instantânea e gratuita de transferências pode acabar com a circulação de dinheiro físico.
Mas será mesmo que isso é possível? Se for, será que está perto de acontecer? O que o Banco Central (BC), responsável por essa modalidade, acha disso?
Confira as respostas para estas e outras dúvidas comuns relacionadas ao assunto nesta matéria do No Detalhe!
Pix é o fim do dinheiro físico?
É verdade que o Pix, e até mesmo outros métodos de pagamento, como cartões de crédito e débito, vêm sendo cada vez mais utilizados em comparação a dinheiros físicos.
Em Curitiba, por exemplo, diversas linhas de ônibus já vêm se livrando de pagamentos de passagens em dinheiro, implementando catracas que aceitam pagamentos por aproximação de cartões, celulares e SmartWatches, dispensando até mesmo a presença de cobradores.
Porém, de acordo com Ricardo Teixeira Leite Mourão, membro do Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos (Deban), departamento do próprio BC, a substituição do dinheiro em espécie pelo Pix está longe de acontecer.
“O caminho é muito longo para se chegar numa sociedade cashless [sem dinheiro]. Ainda estamos tentando reduzir o dinheiro físico e há muita evolução no Pix e na área de pagamentos como um todo para acontecer”, afirmou Leite Mourão durante a Febraban Tech 2022, que aconteceu recentemente em São Paulo.
Luciana Bassani, superintendente nacional da Caixa, também comentou a possibilidade: “O Pix, do ponto de vista de transação, é inovador. Mas todo arcabouço Pix é muito mais do que só a transação“.
Para que o Brasil alcançasse um patamar em que o dinheiro físico fosse complemente dispensável, o número de pessoas com contas bancárias precisaria crescer. Um levantamento recente da Brink’s, em parceria com a Fundação Dom Cabral, revelou que 38,5% da população adulta não possui contas bancárias.
Pix já supera transações com cartão
Ou seja, o caminho ainda é longo até que o Pix (e outros métodos de pagamento) venham a substituir completamente o dinheiro em espécie.
Por outro lado, uma coisa já podemos afirmar com certeza: o Pix já vem batendo de frente com cartões. Em março desse ano, as transações via Pix superaram pela primeira vez na história o número de transações com cartões de crédito e débito, como noticiamos aqui.
Esse recorde e o lançamento do chamado “Pix Parcelado” por alguns bancos, como pelo Nubank, levantaram a hipótese de que, no futuro, é possível que o Pix venha a substituir cartões de crédito e débito.
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Elouise Lopes
Redatora WebGo Content e bacharelanda em Comunicação Organizacional na UTFPR.
