Preço do gás de cozinha consome 10% do salário mínimo: onde comprar mais barato?


O preço do gás de cozinha continua a subir no Brasil. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), em 16 estados, o produto está com um valor acima de R$100,00. Isso significa que ele custa quase 10% de um salário mínimo, que atualmente está em R$1100,00. 

O estado com o preço do gás de cozinha mais caro em setembro foi Mato Grosso, com um valor que chegou a R$135,00. O único lugar em que foi encontrado um botijão de GLP por menos de R$100,00 foi em Sergipe, segundo a ANP. 

Dados da agência mostram que a região Norte do país tem a média mais cara do produto. No início do ano, o valor médio do item era de R$85,00. Hoje em dia, é possível encontrá-lo apenas a partir de R$105,00. 

Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu em uma das suas transmissões ao vivo que os consumidores comprem gás de cozinha diretamente nas distribuidoras, com o objetivo de diminuir o custo do produto. Nesses casos, o preço do gás de cozinha pode ficar mais barato, pois a imposição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não é válida nesta etapa de compra. 

Como eu gostaria que cada governador zerasse o ICMS do estado. Criar um vale-gás. Se zerar o ICMS, vai ser excelente. Logo poderíamos tratar da venda direta do botijão, a exemplo do etanol. Você pode pegar o seu caminhãozinho na tua comunidade e compraria 100 botijões. O frete do caminhãozinho cada um pagaria no condomínio. Margem de lucro seria zero para quem for entregar, já que é um trabalho comunitário”, sugeriu o presidente durante sua live em agosto. 

Alto preço do gás de cozinha leva à fraudes

Preço do gás de cozinha na região norte é o mais alto do país
Região norte do país tem o preço do gás de cozinha mais alto. Bolsonaro sugere que consumidores comprem o produto direto nas distribuidoras. (Imagem: Banco Central / Divulgação)

Entre os dias 27 e 30 de setembro, a Agência Nacional de Petróleo realizou ações de fiscalização em estabelecimentos que vendem combustíveis e GLP para os cidadãos. Elas foram feitas em onze estados, em  todas as regiões do país. 

Nas ações, os fiscais verificaram se as normas da Agência – como o atendimento aos padrões de qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas, apresentação de equipamentos e documentação adequados, entre outras – estão sendo cumpridas.”, informa a ANP.

Santa Catarina

Os municípios de Imbituba, Tubarão, Paulo Lopes, Palhoça, Brusque, São José e São João Batista foram alvos de fiscalizações da ANP. Ao todo, 18 estabelecimentos foram visitados. Destes, seis foram interditados por revender GLP sem autorização – quatro deles ficam em Paulo Lopes, um em Imbituba e um em Palhoça.

Outras três revendas de gás de cozinha, autorizadas, foram autuadas pela agência. 

Uma em São José, por permitir a operação de outro revendedor de GLP em suas instalações sem possuir autorização da ANP; uma em Imbituba, por comercializar recipientes transportáveis para revendedores não autorizados pela Agência; e uma em Palhoça, por operar em endereço diferente do autorizado, além de não possui painel de preços visível aos consumidores e não possuir os documentos de outorga para o endereço onde exercia a atividade.”, explica a ANP. 

Bahia

No município de Vitória da Conquista, na Bahia, duas revendas de botijão de GLP foram autuadas. Uma delas também foi interditada por não obedecer às condições mínimas de segurança e por fazer o transporte de botijões em estruturas chamadas de “cangalhas”, que não são permitidas.

 A outra foi autuada por não obedecer ao horário de funcionamento exibido no quadro de aviso. 

Goiás

Em Goiás, foram apreendidos 105 botijões de 13kg. Além disso, seis revendas de GLP não autorizadas pela ANP, localizadas nos municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia, foram interditadas em operação conjunta com a Delegacia do Consumidor (DECON-GO). 

Preço do GLP é alvo de protestos

O preço do gás de cozinha se tornou alvo de protestos durante as manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro neste final de semana. Os atos, que aconteceram em pelo menos 60 cidades do Brasil, foram marcadas por gritos de “Se tudo está caro, fora Bolsonaro”.

Além de citarem o GLP, manifestantes também cobraram o Governo Federal pela alta inflação, principalmente nos alimentos. 

Fontes: ANP,Yahoo Notícias, Jornal Nacional, Correio Braziliense e Jornal Extra.

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!