45% dos brasileiros pretendem pedir empréstimo até outubro


O endividamento das famílias é uma situação recorrente no país. De acordo com um levantamento encomendado pela fintech FinanZero e realizado pela agência Conversion,44,4% dos brasileiros devem pedir empréstimo até o mês de outubro. 

O que chama atenção na pesquisa feita pela Conversion é que mais da metade das pessoas que vão pedir empréstimo devem fazer isso pela internet: 62,61% dos entrevistados. O restante dos respondentes devem solicitar crédito em uma agência bancária física ou vão tentar conseguir um empréstimo informal. 

Por que tantos brasileiros devem pedir empréstimo?

Pedir empréstimo é uma realidade para quase 45% dos brasileiros
Cerca de 45% dos brasileiros devem pedir empréstimo em até 90 dias, ou seja, até outubro. Veja o que isso significa (Imagem: BreakingPic / Divulgação)

De acordo com a pesquisa, as dívidas são os motivos mais frequentes para que a população busque por um empréstimo.

Veja os dados:

  • 45,95% usarão o dinheiro para pagar dívidas.
  • 19,37% pretendem solicitar empréstimo para realização de compras;
  • 18,92% querem investir em um negócio próprio; 
  • 18,92% desejam renovar a casa.

O sócio-diretor de marketing da Finanzero, Cadu Guidi, comenta esses resultados:

Estes dados estão totalmente atrelados ao atual momento do país, em que a economia tenta, a passos curtos, uma retomada no setor. Enquanto isso, a população sofre com o desemprego e o acúmulo de dívidas, por exemplo.”, afirma Guidi.

Inadimplência no Brasil

Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (02/07) pelo Serasa afirma que a inadimplência no Brasil caiu, mas as dívidas da população estão mais altas. De acordo com a primeira edição do “Mapa Inadimplência no Brasil” mostra que existiam 62,56 milhões de inadimplentes em maio. 

O valor médio das dívidas por negativado chegou a R$3.937,38, o que representa o maior dos últimos doze meses. 

Os dados contemplam pessoas maiores de 18 anos, a principal faixa etária endividada está entre 26 e 40 anos e São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Paraná são os estados com mais inadimplentes.”, divulgou o Serasa em nota. 

Segundo a pesquisa, as principais causas da inadimplência são débitos com Banco ou com cartão de crédito, contas de luz, água e gás e varejo. 

Outro levantamento, feito pela Kantar, empresa de dados, insights e consultoria, indica que 67% dos lares brasileiros estão endividados. Se forem consideradas apenas as classes C e DE, esse número sobe para 69%. 

Isso acontece porque as classes C e DE foram mais impactadas por custos de habitação. Esses gastos passaram de 18% das contas em 2019 para 22% em 2020. As pessoas inseridas nesses grupos sociais também aumentaram o consumo de frutas, legumes e verduras, de acordo com o estudo. 

Ainda no setor de habitação, o estudo aponta um importante movimento da classe DE migrando do aluguel para o financiamento, passando de 5% dos gastos em 2019 para 12% em 2020, reflexo de juros baixos e taxas atrativas para aquisição de moradia própria ou para investimento, que levaram a um aumento do mercado de financiamento imobiliário em 2020.”, explica a Kantar. 

Por fim, outro fator que pesou no bolso das pessoas com menos dinheiro foi a conta de luz. A variação do valor dessa conta foi de 30% em comparação com 2020. 

Lei auxilia pessoas que querem pedir empréstimo

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quinta-feira, 01/07, a chamada Lei do Superendividamento. O Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec) atuou para auxiliar na aprovação do projeto. 

A lei foi assinada por Bolsonaro com vetos, mas basicamente ela estabelece condições de negociações aos consumidores que um empréstimo, mas não conseguem cumprir com o contrato, por um desemprego, doença ou qualquer outro motivo que não poderia ser previsto. 

A aprovação da Lei do superendividamento proporcionará aos consumidores, além da recuperação financeira, o resgate do seu poder de compra e sua dignidade, interrompendo o ciclo de cobranças constrangedoras e obtendo maior consciência sobre uso do crédito e  educação financeira”, defende Ione Amorim, economista e coordenadora do programa financeiro do Idec.

De acordo com o Instituto, essa lei é a mudança mais positiva no Código de Defesa do Consumidor em 31 anos.

 

Fonte: R7

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!