Trabalho escravo na Shein: entenda se há mesmo essa prática na empresa

Felipe Matozo

01/09/2023

Recentemente, uma investigação conduzida pela emissora britânica Channel 4 trouxe à tona denúncias de trabalho análogo à escravidão em fábricas terceirizadas pela Shein.

As revelações são chocantes e expõem as condições desumanas às quais os trabalhadores são submetidos diariamente. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente o que foi descoberto pela investigação e entender se há realmente essa prática na Shein.

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Veja o que a investigação sobre condições de trabalho para a Shein

Trabalho escravo na Shein entenda se há mesmo essa prática na empresa

Entenda as denúncias de trabalho exploratório contra a Shein. Foto: Reprodução

De acordo com a investigação da Channel 4, os trabalhadores das fábricas terceirizadas pela Shein são obrigados a trabalhar longas horas, chegando a 18 horas por dia, sem nenhum benefício em troca.

Além disso, eles recebem menos de 1 centavo por cada peça de roupa produzida, o que é uma remuneração extremamente baixa, considerando o esforço e o tempo investidos.

Segundo a investigação, os trabalhadores têm apenas um dia de folga por mês, o que é uma violação das leis trabalhistas da China.

Eles são pressionados a produzir uma média de 500 peças de roupa por dia, o que é uma quantidade exorbitante e impossível de alcançar sem trabalhar por longas horas.

Denúncia de penalizações contra trabalhadores

Além das extenuantes jornadas de trabalho, a investigação também revelou que os trabalhadores podem ser penalizados em dois terços do salário por erros na confecção das peças.

Essa punição financeira cria um ambiente de medo e pressão constante, dificultando ainda mais a vida dos trabalhadores já explorados.

Condições de trabalho violam as leis trabalhistas da China

As horas excessivas e as condições precárias de trabalho que foram reveladas na investigação da Channel 4 violam claramente as leis trabalhistas da China.

No país, existe um limite de, no máximo, 40 horas semanais de trabalho, com um teto de 36 horas extras por mês e uma folga por semana.

Denúncias anteriores por práticas de trabalho ilegais na Shein

Infelizmente, essa não é a primeira vez que a Shein é alvo de denúncias por más condições de trabalho. A empresa já foi acusada anteriormente de:

  • Uso de produtos químicos tóxicos em suas roupas
  • Práticas trabalhistas ilegais
  • Plágio de designers independentes
  • Mau manuseio de dados de clientes

Denúncias por substâncias químicas nas roupas da Shein

Um estudo realizado pela Greenpeace Alemanha revelou que cerca de 15% dos produtos têxteis da Shein apresentam níveis de substâncias químicas acima do permitido.

Essa descoberta é extremamente preocupante, pois indica negligência em relação aos riscos ambientais e à saúde humana. Os consumidores precisam estar cientes dos possíveis impactos negativos que essas substâncias podem causar.

O que diz a Shein?

Após as acusações, a Shein se pronunciou afirmando estar “extremamente preocupada” com as alegações e afirmou ter um código de conduta baseado em convenções internacionais do trabalho.

É fundamental que haja um compromisso real da Shein em garantir condições de trabalho justas e seguras em todas as suas fábricas terceirizadas.

Conclusão

As revelações feitas pela investigação da Channel 4 sobre o trabalho análogo à escravidão em empresas ligadas à Shein são alarmantes e levantam sérias preocupações sobre a ética e a responsabilidade social da empresa.

Como consumidores, também devemos questionar as práticas das marcas que escolhemos apoiar, buscando alternativas que estejam alinhadas com nossos valores e princípios. Afinal, é essencial que cada um de nós contribua para a construção de um mundo mais justo e humano.

Fonte: The Cut.

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Felipe Matozo
Escrito por

Felipe Matozo

Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.