Recentemente, uma investigação conduzida pela emissora britânica Channel 4 trouxe à tona denúncias de trabalho análogo à escravidão em fábricas terceirizadas pela Shein.
As revelações são chocantes e expõem as condições desumanas às quais os trabalhadores são submetidos diariamente. Neste artigo, vamos explorar detalhadamente o que foi descoberto pela investigação e entender se há realmente essa prática na Shein.
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Veja o que a investigação sobre condições de trabalho para a Shein
De acordo com a investigação da Channel 4, os trabalhadores das fábricas terceirizadas pela Shein são obrigados a trabalhar longas horas, chegando a 18 horas por dia, sem nenhum benefício em troca.
Além disso, eles recebem menos de 1 centavo por cada peça de roupa produzida, o que é uma remuneração extremamente baixa, considerando o esforço e o tempo investidos.
Segundo a investigação, os trabalhadores têm apenas um dia de folga por mês, o que é uma violação das leis trabalhistas da China.
Eles são pressionados a produzir uma média de 500 peças de roupa por dia, o que é uma quantidade exorbitante e impossível de alcançar sem trabalhar por longas horas.
Denúncia de penalizações contra trabalhadores
Além das extenuantes jornadas de trabalho, a investigação também revelou que os trabalhadores podem ser penalizados em dois terços do salário por erros na confecção das peças.
Essa punição financeira cria um ambiente de medo e pressão constante, dificultando ainda mais a vida dos trabalhadores já explorados.
Condições de trabalho violam as leis trabalhistas da China
As horas excessivas e as condições precárias de trabalho que foram reveladas na investigação da Channel 4 violam claramente as leis trabalhistas da China.
No país, existe um limite de, no máximo, 40 horas semanais de trabalho, com um teto de 36 horas extras por mês e uma folga por semana.
Denúncias anteriores por práticas de trabalho ilegais na Shein
Infelizmente, essa não é a primeira vez que a Shein é alvo de denúncias por más condições de trabalho. A empresa já foi acusada anteriormente de:
- Uso de produtos químicos tóxicos em suas roupas
- Práticas trabalhistas ilegais
- Plágio de designers independentes
- Mau manuseio de dados de clientes
Denúncias por substâncias químicas nas roupas da Shein
Um estudo realizado pela Greenpeace Alemanha revelou que cerca de 15% dos produtos têxteis da Shein apresentam níveis de substâncias químicas acima do permitido.
Essa descoberta é extremamente preocupante, pois indica negligência em relação aos riscos ambientais e à saúde humana. Os consumidores precisam estar cientes dos possíveis impactos negativos que essas substâncias podem causar.
O que diz a Shein?
Após as acusações, a Shein se pronunciou afirmando estar “extremamente preocupada” com as alegações e afirmou ter um código de conduta baseado em convenções internacionais do trabalho.
É fundamental que haja um compromisso real da Shein em garantir condições de trabalho justas e seguras em todas as suas fábricas terceirizadas.
Conclusão
As revelações feitas pela investigação da Channel 4 sobre o trabalho análogo à escravidão em empresas ligadas à Shein são alarmantes e levantam sérias preocupações sobre a ética e a responsabilidade social da empresa.
Como consumidores, também devemos questionar as práticas das marcas que escolhemos apoiar, buscando alternativas que estejam alinhadas com nossos valores e princípios. Afinal, é essencial que cada um de nós contribua para a construção de um mundo mais justo e humano.
Fonte: The Cut.
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Felipe Matozo
Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.