Volta ao trabalho presencial estressa 55% dos profissionais: o que esperar?

Felipe Matozo

10/08/2021

A chegada da pandemia de covid-19 no ano passado trouxe diversas mudanças na rotina de trabalhadores do mundo inteiro. Uma das principais foi o salto no número de profissionais trabalhando em home office, o que está prestes a mudar novamente com a volta ao trabalho presencial.

Após quase dois anos trabalhando de casa, 55% das pessoas ficam estressadas só de pensar que terão que voltar ao escritório, segundo pesquisa da Korn Ferry, empresa especializada em consultoria organizacional.

Apesar disso, enquanto a vacinação contra a covid-19 avança, as empresas já avaliam a volta ao trabalho presencial. Mas o estudo indica que os gerentes terão que considerar alguns fatores antes de causar novas mudanças na rotina das suas equipes para não correr riscos com queda de produção ou perda de profissionais.

volta ao trabalho presencial

Maioria dos profissionais preferem o home office e não querem voltar ao trabalho presencial. Foto: Reprodução/Canva

O que diz a pesquisa sobre a volta ao trabalho presencial?

Além de indicar que a simples ideia de voltar ao escritório deixa mais da metade dos profissionais estressados, a pesquisa da Korn Ferry também traz outros dados que mostram como a maior parte das pessoas se adaptaram bem ao regime home office.

Segundo o estudo, 70% dos trabalhadores consideram que este modelo é o novo normal, e que será “difícil” e “estranho” voltar à rotina do trabalho presencial.

Além disso, há dados que indicam que não é só o bem-estar que aumenta para quem trabalha em casa, mas também a produtividade. Para 74% dos profissionais, no home office é possível trabalhar com mais energia e foco do que no escritório.

Não é difícil entender porque a energia é maior para quem trabalha de casa. Afinal, o modelo faz muitos profissionais “ganharem” horas por dia ao não precisar se locomover para o trabalho. Com isso, eles evitam situações desgastantes, como trânsito, transporte público lotado e o tempo perdido nos trajetos de ida e volta.

Com essas e outras condições, quase metade das pessoas (49%) dizem que recusariam uma proposta de emprego se fosse obrigatório trabalhar do escritório em tempo integral.

Conforme destacou a líder global de Transformação da Força de Trabalho da Korn Ferry, Melissa Swift, as empresas terão que considerar esses fatores. Para ela, os gerentes têm a responsabilidade de ouvir seus funcionários e serem flexíveis ao considerar a volta ao escritório.

Ainda segundo Swift, já que muitos trabalhadores se sentem mais produtivos trabalhando de casa, uma programa híbrida de trabalho remoto e no escritório, ou seja, alternando os modelos, pode ser a opção mais eficaz.

Veja também: Home Office – o que as empresas podem e NÃO podem fazer

Maioria acha que admitir preferência pelo home office pode prejudicar carreira

Mas se por um lado é importante que as empresas ouçam os funcionários sobre as mudanças no modelo de trabalho, por outro há receio por parte da maioria dos profissionais.

De acordo com a pesquisa, 58% das pessoas acham atrapalhariam suas chances de progredir na carreira se admitissem para o chefe que preferem o trabalho remoto do que o escritório.

Além disso, a grande maioria dos trabalhadores acredita que os gerentes estão mais empolgados com a volta ao trabalho presencial. Para 85% dos profissionais, os líderes das empresas são as pessoas mais animadas em ver um grande número de funcionários retornando para o escritório.

Veja também: 8,2 milhões de brasileiros trabalharam em casa em 2020 – como será após a pandemia?

Conforto é um dos fatores que desanimam para a volta ao trabalho presencial

Enquanto isso, o levantamento indicou outras questões que fazem os trabalhadores preferirem o home office. O conforto, por exemplo, foi um fator identificado no levantamento da Korn Ferry. E um dos aspectos que fazem as pessoas se sentirem mais confortáveis no home office é a roupa que elas podem usar.

Segundo a pesquisa, muitos profissionais são reticentes em abrir mão das roupas confortáveis que usam trabalhando em home office. Por conta disso, 50% diz que pretende se vestir de forma mais casual quando voltar para o escritório.

Entretanto, a ideia de comprar um novo “traje de trabalho” não faz muita diferença para estimular a maioria das pessoas. 65% dos profissionais afirmam que não ficariam mais animados com o retorno ao escritório com a compra de um novo traje.

Fonte: G1.

Felipe Matozo
Escrito por

Felipe Matozo

Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.

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