5 mentiras contadas por Bolsonaro no Flow Podcast

Não se deixe enganar: veja aqui 5 mentiras que Jair Bolsonaro (PL) contou durante sua participação no Flow Podcast na última segunda-feira (8)


Na noite da última segunda-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro (PL) participou do Flow Podcast, apresentado por “Igor 3K”, um dos principais podcasts do Brasil e da América Latina.

Em um tom bem diferente dos demais episódios, em que a conversa flui livremente, o episódio com Bolsonaro envolveu pouco conflito de ideias e, ao que tudo indica, o seguimento de um roteiro.

Durante as mais de cinco horas de programa, Bolsonaro teve liberdade total para falar sobre seu governo e sobre o cenário atual do Brasil. Porém, o presidente acabou compartilhando diversas mentiras para os milhares de espectadores que assistiam ao vivo — e para os 6,9 milhões que já assistiram ao episódio.

Não se deixe enganar: confira a seguir 5 mentiras contadas por Jair Bolsonaro durante a sua participação no Flow Podcast.

1. “As eleições não têm apuração pública”

Durante o podcast, Bolsonaro voltou a atacar as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro, tentando uma vez mais deslegitimar as eleições de 2022. “Tem que ser público. Se é numa sala-cofre, não é público, 20 poucos servidores apuram lá dentro“, afirmou o presidente sobre a apuração dos votos.

Essa informação, porém, é falsa: a apuração das eleições NÃO é feita de forma secreta por servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A apuração é feita automaticamente pela urna eletrônica ao fim da votação, imprimindo, em cinco vias diferentes, o “Boletim de Urna” (BU).

Todos os presentes podem conferir a quantidade de votos e posteriormente comparar com os dados divulgados pelo TSE, com um dos Boletins ficando inclusive no local de votação.

O TSE, após receber os dados criptografados, apenas soma a quantidade de votos de cada Boletim de Urna. O processo de transmissão dos votos é aberto, e candidatos, partidos políticos, membros da OAB, do Ministério Público e outros podem assistir.

2. “O Pix foi o meu governo que criou”

Outra mentira repetida constantemente por Bolsonaro. Como já explicamos aqui, o Pix, método de transferência automático e gratuito, NÃO foi uma criação do Governo Bolsonaro.

O Pix começou a ser desenvolvido em 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB). Na época, o presidente do Banco Central era Ilan Goldfajn. É verdade que o método entrou em vigor durante a gestão de Bolsonaro, mas isso não é o bastante para ele afirmar que foi sua criação.

3. “Um partido pequeno, sete segundos de televisão, sem Fundo Partidário”

Bolsonaro fez essa afirmação a respeito da sua eleição em 2018, alegando que o seu partido, à época o Partido Social Liberal (PSL), não recebeu dinheiro do Fundo Partidário.

Porém, de acordo com informações do TSE, o PSL recebeu R$ 9.203.060,51 do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Além disso, segundo O Globo, um total de R$ 480 mil foi usado pelo PSL para aumentar sua presença nas redes sociais, o que certamente beneficiou a candidatura de Bolsonaro, que teve bastante presença no Facebook, Twitter e WhatsApp.

4. “Quem se contaminou está melhor imunizado do que quem tomou a vacina”

Não há evidências científicas de que uma pessoa que teve Covid-19 está melhor imunizada do que alguém que recebeu uma das vacinas disponíveis atualmente.

Esse argumento, repetido por Bolsonaro diversas vezes, ganhou força após o senador americano Rand Paul, do Partido Republicano, fazer um discurso distorcendo dados de uma pesquisa feita por cientistas israelenses. A pesquisa ainda não havia sido revisada.

A imunidade natural ainda não é um consenso entre os cientistas no caso da Covid-19, tampouco a chamada “imunidade de rebanho”, e não dispensa o uso da vacina, que é uma fonte segura e confiável para evitar internações e quadros graves da doença.

5. “Pediram [oxigênio] de forma atrasada”

Essa fala de Bolsonaro durante o Flow Podcast foi em relação à tragédia da falta de oxigênio em Manaus, capital do Amazonas, em 14 de janeiro de 2021. Diversos hospitais ficaram sem oxigênio por conta da superlotação de pacientes durante a segunda onda da Covid-19, o que resultou em diversas mortes que poderiam ser evitadas.

No podcast, Bolsonaro afirmou o seguinte: “Pediram [oxigênio] de forma atrasada. Em 24 h começaram a chegar os aviões com cilindro de oxigênio lá. Agora a procura foi enorme. Não vou culpar o governo do estado porque foi algo que explodiu“.

A informação de que o pedido de oxigênio foi feito em cima da hora (ou de “forma atrasada”, como Bolsonaro afirmou), é FALSA. Um documento enviado à CPI da Covid (via UOL) comprovou que o Ministério da Saúde soube com um mês de antecedência sobre o iminente colapso da rede hospitalar no Amazonas. Segundo membros da CPI, o governo federal ignorou os alertas e demorou para entrar com uma solução para o problema.

Verdades contadas por Bolsonaro

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Editor, redator e revisor da WebGo Content, graduado em Letras – Português/Inglês. Tem experiência com redação, revisão e editoração de textos para Web.