Preço da cesta básica em São Paulo fica igual ao salário mínimo em julho
Nos últimos meses, a inflação disparou e provocou o aumento dos itens da cesta básica, que contém produtos essenciais para o sustento das famílias brasileiras.
O aumento é tanto, que em julho de 2021 o valor da cesta básica em São Paulo para uma família com quatro pessoas ficou praticamente igual ao de um salário mínimo.
Isso significa que para manter uma família com quatro pessoas na capital paulista é preciso ter R$ 1.100,00 por mês, senão não há como comprar itens básicos para sobrevivência.
Tais dados estão em um levantamento mensal feito pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Escalada acelerada de preços da cesta básica
O levantamento feito mensalmente comprova a escalada acelerada de preços de itens da cesta básica em São Paulo. A alta na comparação entre junho e julho foi de 0,44%, de 5,65% no acumulado até julho e de 22,18% em 12 meses.
Em um ano, considerando julho de 2020 e o mesmo mês de 2021, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) bateu 8,99%, aumentando expressivamente os gastos das famílias.
Aumento do preço da cesta básica em São Paulo
O aumento do preço da cesta básica quase encostou no salário mínimo em julho de 2021. De acordo com o levantamento feito pelo Procon e Dieese, a diferença entre salário mínimo e cesta básica é de R$ 35,21. Na prática, isso quer dizer que a cesta básica na cidade fechou o mês em R$ 1.064,79.
Essa diferença de R$ 35,21 é insuficiente para pagar qualquer outra conta, principalmente quando se considera que o aluguel na cidade é um dos mais altos do país e que a conta de luz também vem aumentando nos últimos meses.
Se quiser comprar um quilo de carne de segunda, por exemplo, não conseguirá porque o produto era encontrado, em julho, no segmento varejista, pelo preço de R$ 36,10, no mínimo.
Situação é preocupante principalmente entre famílias mais pobres
O grande problema no aumento da inflação é que ela atinge famílias mais pobres, que não conseguem comprar itens da cesta básica para se manterem, levando a uma situação de vulnerabilidade social e econômica.
Vale lembrar que famílias mais pobres também são as mais desempregadas por conta da crise econômica e as que enfrentam maior dificuldade para encontrar um emprego formal.
É importante ressaltar que a equiparação do preço da cesta básica ao salário mínimo em São Paulo faz com que famílias que ganham exatamente isso tenham de escolher entre se alimentar ou pagar despesas com moradia, saúde, transporte, medicamentos, entre outros.
Por falar em locação de imóveis, o índice de correção de aluguéis também subiu expressivamente. O IGP-M, que é utilizado para atualização dos valores de aluguel, está com o acumulado de um ano acima de 30%.
Na prática, isso significa que um aluguel de R$ 1.000,00 sofreria um aumento de R$ 300,00, saltando para R$ 1.300,00, que é mais do que o salário mínimo de R$ 1.100,00.
Auxílio emergencial ajudou a atenuar a situação
Um dos alívios no orçamento de famílias em situação de vulnerabilidade veio do auxílio emergencial. O valor, ainda que baixo (entre R$ 150,00 a R$ 375,00), possibilitou que famílias conseguissem comprar alimentos, reduzindo a gravidade provocada pelo aumento da inflação.
Além disso, auxílios estaduais e municipais também ajudaram a atenuar a situação, que foi ainda mais intensificada pelo aumento do desemprego no capital.
Quadro de aumento de preço da cesta básica pode piorar
De acordo com economistas, o quadro de aumento de preços da cesta básica pode piorar nos próximos meses, porque além do crescimento contínuo da inflação também há um agravante, a crise hídrica.
Quando não há chuva, há problemas nas safras de alimentos, reduzindo a produção e aumentando o preço final dos produtos. Como o país passa por uma de suas crises hídricas mais intensas das últimas décadas, a previsão é de que os preços de alimentos aumentem e a volta à normalidade demore.
Como economizar na compra da cesta básica?
Está sentindo no bolso o aumento dos itens da cesta básica? Então, saiba que existem formas de economizar na compra de alimentos, sendo uma delas buscar promoções, seja em mercados físicos ou online.
Se possível, tente comprar no atacado ou atacarejo (mistura de atacado com varejo), que possui preço mais atrativo, principalmente quando se compra em quantidade maior. Além disso, tente adquirir produtos de outras marcas, porque normalmente se encontra preços menores.