Bolsonaro promete tomar ação polêmica contra a Petrobras nesta segunda-feira (20)
Bolsonaro promete ação contra a Petrobras nesta segunda-feira, mas aliados acreditam que medida pode se virar contra o presidente.
Em novo ataque a Petrobras no último sábado (18/06), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que pediu a parlamentares que assinem um pedido de abertura de CPI contra a estatal nesta segunda-feira (20).
Bolsonaro voltou a criticar a Petrobras durante um evento de igreja evangélica em Manaus (AM), e falou em revisar contratos da empresa.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) deve discutir a possibilidade de uma CPI da Petrobras nesta segunda-feira. No entanto, aliados de Bolsonaro avaliam que a proposta de CPI pode ser “tiro no pé”, pois pode indicar culpa do próprio governo.
Por que Bolsonaro quer uma CPI da Petrobras?
Segundo Bolsonaro, o objetivo da abertura de uma CPI nesta segunda-feira seria avaliar como os contratos da estatal são feitos para “resolver o problema da Petrobras”. Para o presidente, a empresa sobe os preços dos combustíveis para aumentar seus lucros.
Além disso, Bolsonaro também argumentou no sábado que não pode ser culpado pelo aumento no preço dos combustíveis. Nesse caso, as críticas a Petrobras também ajudam a reforçar o discurso de que o governo não tem culpa por estas altas.
Porém, a maioria do conselho da empresa que aprovou o recente aumento de preços foi indicada por Bolsonaro, inclusive ex-presidente da estatal, José Mauro Coelho, que pediu demissão do cargo nesta segunda.
Por isso, aliados do presidente avaliam que uma CPI da Petrobras pode se virar contra o governo. Afinal, a investigação teria pouco efeito prático para conter o avanço do preço do diesel e da gasolina e poderia ser usada pela oposição para atacar Bolsonaro e a sua atuação diante do aumento nos preços.
CPI pode indicar ‘culpa de Bolsonaro’ pela alta dos combustíveis
Para políticos do Centrão aliados a Bolsonaro, seria difícil fazer uma CPI sem associar a disparada no preço dos combustíveis ao presidente.
Em entrevista à Folha, o ex-governador do Piauí, Wellington Dias (PT), por exemplo, defendeu a abertura de uma CPI. Segundo ele, uma investigação na Petrobras revelaria que Bolsonaro “nunca quis solução para reduzir os preços dos combustíveis”.
Por conta disso, a análise de aliados é que a oposição poderia usar a investigação como palanque durante o período eleitoral. Afinal, como uma CPI tem prazo de funcionamento de 120 dias, ela aconteceria durante a campanha, o que pode dificultar ainda mais a reeleição de Bolsonaro.