Brasileiro poderia economizar R$ 27 por mês na conta de luz se Inmetro atualizasse normas para geladeiras
Economizar na conta de luz é o desejo da maioria dos brasileiros, não é mesmo?! Ainda mais no inverno, com as temperaturas mais frias, em que as pessoas aumentam o gás, trocam a opção do chuveiro elétrico ou até mesmo começam a utilizar aquecedores para esquentar os ambientes.
Mas um dos grandes vilões da conta de luz, que muita gente não sabe, é a geladeira! Isso acontece realmente pela eficiência do eletrodoméstico, mas também porque muitos produtos seguem normas desatualizadas e acabam gastando mais do que deveriam.
Geladeiras e congeladores vendidos no Brasil podem gastar até o dobro do que produtos vendidos em países como Estados Unidos, México, Índia e Quênia.
Estudos mostram que se os mesmos padrões de eficiência desses países fossem cobrados no Brasil pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, o Inmetro, o brasileiro poderia economizar até R$27,00 por mês na conta de luz.
Padrão do Inmetro precisa ser atualizado
O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, o Inmetro baseia os critérios de eficiência dos eletrodomésticos no que foi decidido pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem. Ele classifica os produtos, com notas que vão de E (pior) até A (melhor nota), de acordo com os gastos em energia elétrica deles.
Apesar disso, a última atualização do programa foi feita no ano de 2006, ou seja, há quinze anos. Durante esse tempo, a tecnologia evoluiu, mas mesmo os objetos mais defasados, que não são eficientes, podem receber as classificações mais altas.
Até mesmo o Inmetro afirma que menos de 9% das geladeiras vendidas em território nacional receberiam o selo A caso a pontuação fosse mais rígida. Ainda sim, o Instituto ressalta que o Brasil é um país tropical e, por isso, as geladeiras gastam mais.
Em 2020, o Inmetro começou a revisar as classificações do Programa Brasileiro de Etiquetagem e estabeleceu metas para 2025 e 2030, que elevam as exigências mínimas para que os eletrodomésticos consigam o selo A.
Atualmente, uma geladeira padrão de 389 litros, com uma tarifa média de energia elétrica de R$0,78/kWh, implica no gasto de R$42,40 por mês na conta de energia. Com a renovação dos padrões do Inmetro, em 2025, haveria uma redução média de R$1,50 ao mês. Em 2030, a redução seria ampliada, de R$16,20 mensalmente.
Mesmo assim, o Brasil ficaria com gastos mais altos do que os países mencionados anteriormente, como Estados Unidos, México, Índia e Quênia.
Quais os eletrodomésticos que mais gasta na conta de luz?
Alguns eletrodomésticos já são velhos conhecidos por gastarem muita energia elétrica. A lista com os produtos mais comuns é, na maioria das vezes, essa:
- Ar condicionado;
- Chuveiro elétrico;
- Aquecedores de ambientes;
- Geladeira;
- Máquina de lavar roupas;
- Ferro automático à vapor;
Esses são os aparelhos mais tradicionais. Porém, uma pesquisa internacional de 2013 chamada Digital Power Group elenca alguns outros objetos, que não parecem,mas gastam bastante energia! Eles são:
- Decodificadores (set-top boxes): eles ficam instalados nas televisões ou perto delas e as conectam aos sistemas de entretenimento. Os decodificadores funcionam como minicomputadores, que se comunicam com fontes de conteúdo remoto ou gravam programas;
- Carregadores de bateria: responsáveis por manter os telefones celulares sempre ligados, por exemplo, os carregadores de bateria podem ser responsáveis por uma parte importante da conta de luz. Eles sofrem do mesmo problema das geladeiras no Brasil: muitas vezes, contam com pouca eficiência e acabam gastando muito!
- Microondas: mesmo quando não é utilizado para aquecer comida, o microondas gasta energia, pois sempre está pronto para trabalhar. Além disso, em muitos casos ele fica iluminado ou com o relógio ligado para mostrar as horas;
- Consoles de jogos: o gasto de energia com os consoles de jogos pode ser evitado, mas é necessário ficar atento. Ao não utilizar mais o videogame, é preciso lembrar de desligá-lo e não apenas desligar a televisão;
- Bombas para piscina: esse não é um aparelho que está presente na casa de muitos brasileiros, mas ainda pode ser um inimigo da economia. As bombas para piscina podem gastar até sete vezes mais do que um refrigerador.
Fontes: CNN, National Geographic Brasil e Jornal Cruzeiro