Conta de luz vai ficar 16,7% mais cara em 2022, estima Aneel
De acordo com avaliações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a conta de luz pode ficar ainda mais cara no ano que vem. A princípio, a estimativa é de uma alta de 16,68%, em média.
Com a crise hídrica que afeta as principais usinas hidrelétricas do país, a Aneel já analisa medidas para amenizar os efeitos no bolso dos consumidores. O objetivo da agência é evitar que o aumento na conta de luz chegue a dois dígitos, ou seja, mais de 10%.
Os dados foram divulgados pelo superintendente de Gestão Tarifária da agência, Davi Antunes Lima, em audiência pública na manhã desta segunda-feira (17/08) na Comissão de Legislação Participativa da Câmara.
Segundo Lima, é possível que ações projetadas pela agência reguladora consigam reduzir o tamanho do reajuste para o consumidor final. Mas uma destas ações é a antecipação de até R$ 8,5 bilhões em recursos decorrentes da privatização da Eletrobras, medida apontada por especialistas como algo que pode deixar a conta de luz mais cara a longo prazo.
Com essas medidas adicionais, em vez dos 16,68% previstos para 2022, a gente ainda tem uma previsão de reajuste de 10,73%, mas estamos ainda estudando alternativas”, afirmou o superintendente da Aneel.
Apesar de menor do que o valor inicial apontado pela agência, o reajuste de 10,73% ainda estaria na casa dos dois dígitos, e representaria uma alta sentida para os consumidores que já vêm enfrentando uma série de aumentos em 2021.
Vale lembrar que os reajustes projetados pela Aneel representam valores médios, pois a tarifa é diferente em cada região e varia conforme a distribuidora.
Veja também: Distribuidoras liberam parcelamento e negociação de conta de luz atrasada pelo Whatsapp – saiba como fazer
Por que a conta de luz está mais cara?
O aumento na tarifa de energia tem sido um problema comum para os brasileiros neste ano, e as previsões de novas altas para 2022 só pioram o cenário de preocupação.
Conforme destaca o superintendente da Aneel, a atual crise hídrica no país, que é a maior dos últimos 91 anos, é um dos principais fatores para os aumentos. Em julho, por exemplo, a projeção de alta na tarifa chegou a 60% por conta da crise.
Isso acontece porque a falta de água faz com que o país dependa mais das usinas termelétricas, que são mais caras. Em 2021, a crise hídrica fará com que o governo gaste R$ 4 bilhões a mais do que o previsto com estas usinas, o que vai diretamente para o bolso do consumidor.
Parte do custo gerado pelo uso das termelétricas é coberto pelas bandeiras tarifárias: quanto menor o nível dos reservatórios, maior o patamar da bandeira. Nos últimos meses, os brasileiros estão pagando pela bandeira vermelha patamar 2, que é a mais cara deste sistema.
Atualmente, a bandeira vermelha 2 representa um adicional de R$ 9,49 para cada 100 kWh consumidos. No entanto, o valor mais alto ainda não é suficiente para cobrir os custos das termelétricas.
Mas a crise hídrica não é o único fator que explica os valores altos da tarifa. Outra situação citada pelo diretor da Aneel é a alta dólar, que interfere na conta de luz porque porque o custo da usina de Itaipu é cobrado na moeda estadunidense.
Segundo a Aneel, o impacto das medidas da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG), comitê de crise criado pelo governo, será de R$ 2,4 bilhões a R$ 4,3 bilhões.
Alternativas para economizar energia
Diante de tantos aumentos na tarifa e com o dinheiro rendendo cada vez menos, a única coisa que resta aos brasileiros é tentar economizar energia.
Nesse caso, é muito importante ficar atento aos principais vilões da conta de luz. Entre eles estão os equipamentos que geram calor, como chuveiro elétrico e aquecedor. Por isso, uma das principais dicas para economizar energia é evitar banhos longos.
Além disso, outras estratégias simples citadas por especialistas incluem:
- Comprar aparelhos elétricos com selo PROCEL de eficiência energética, sabendo que eletrodomésticos mais antigos costumam gastar mais energia;
- Evitar deixar o celular na tomada depois que ele estiver completamente carregado;
- Aproveitar a luz natural do dia;
- Tirar os aparelhos da tomada quando eles não estiverem em uso;
- Usar lâmpadas LED, que consomem até 80% menos do que as convencionais;
- Passar roupas de uma única vez e usar o ferro desligado nas leves;
- Conferir o estado da borracha de vedação da porta da geladeira e não utilizar a parte de trás para secar panos.
Fonte: IG.