Nome Sujo não deve impedir acesso a crédito com implementação do Open Banking

Bancos de dados de consumidores inadimplentes, conhecidos como pessoas com nome sujo, não participam do Open Banking. Entenda mais sobre isso


O Brasil está passando pelas fases de implementação do Open Banking, que de forma resumida, permite o compartilhamento de dados de clientes entre instituições financeiras, por meio de autorização prévia. Com esse novo sistema, pessoas com o nome sujo vão poder ser beneficiadas. 

Consumidores com nome sujo são consumidores inadimplentes, que estão com dívidas em aberto e não conseguem pagá-las. Elas, normalmente, têm dificuldade de conseguir empréstimos, abrir negócios ou até mesmo contratar cartões de crédito, por conta do seu histórico como mau pagador.

Como pessoas com nome sujo vão poder ser beneficiadas pelo Open Banking?

O principal motivo pelo qual os consumidores inadimplentes, com nome sujo, vão poder ser beneficiados pelo Open Banking está baseado no fato de que os birôs de crédito, que são os bancos de dados de devedores, não estão integrados ao Banco Central (BC). Dessa forma, as instituições financeiras não vão ter conhecimento da situação de inadimplência dos clientes por esse canal. 

Nome Sujo não deve impedir acesso a crédito com implementação do Open Banking

Além disso, o Open Banking vai trazer mais transparência para a contratação de crédito, o que vai permitir uma análise aprofundada do perfil dos consumidores. Com ele, será possível avaliar a capacidade financeira de uma pessoa como um todo e não será necessário que os bancos se atentem apenas a detalhes, como o nome sujo. 

Quantas pessoas estão com nome sujo no Brasil?

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada no início de outubro pela Confederação Nacional do Comércio mostra a realidade da inadimplência e endividamento no Brasil. O estudo aponta que, em setembro, o número de famílias com dívidas a vencer subiu 1,1 ponto percentual. 

As principais dívidas têm origem em:

  • Cheque pré-datado;
  • Cartão de crédito;
  • Cheque especial;
  • Carnê de loja;
  • Crédito consignado;
  • Empréstimo pessoal;
  • Prestação de carro e de casa. 

Os índices de inadimplência e endividamento variam de acordo com os grupos de renda:

  • Famílias que recebem até dez salários mínimos: 75% estavam endividadas em setembro;
  • Famílias que têm renda acima de dez salários mínimos: 68,9% estavam endividadas em setembro;
  • Famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas e devem permanecer inadimplentes: 10,3% estavam nesta situação em setembro. 

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio, a realidade atual brasileira contribui para a inadimplência e endividamento das famílias. 

A inflação corrente mais alta tem deteriorado os orçamentos domésticos e diminuído o poder de compra das famílias, em especial as na faixa de menor renda. Alimentos, medicamentos, transportes e energia são os grupos de itens com maiores altas nos preços e aqueles de maior peso na cesta de consumo do brasileiro de renda média e baixa”, informou. 

O que é o Open Banking?

Open Banking é um sistema financeiro aberto. Com ele, é possível que clientes de bancos permitam o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições financeiras, que estão autorizadas pelo Banco Central (BC). Dessa forma, a movimentação de contas bancárias em diferentes plataformas se torna mais seguro e simples, de acordo com o BC

O Open Banking está em fase de implementação no Brasil. Ela é dividida em quatro etapas:

  • 1ª fase (início em 01/02/2021): Instituições financeiras participantes começaram a divulgar informações padronizadas para o público sobre os seus canais de atendimento e as características de produtos e serviços bancários que elas oferecem. Nessa fase, não foi compartilhado nenhum dado de cliente;
  • 2ª fase (início em 13/08/2021): A partir dessa fase, os clientes, se quiserem, podem solicitar o compartilhamento de seus dados cadastrais, informações sobre transações e cartões entre instituições participantes do Open Banking. Com isso, eles podem receber ofertas de produtos e serviços mais adequados ao seu perfil de consumo;
  • 3ª fase (início em 29/10/2021): Com a terceira fase será possível fazer o compartilhamento dos serviços de transações de pagamento e de encaminhamento de proposta de operação de crédito. Segundo o BC, isso vai possibilitar o surgimento de novas soluções e ambientes para pagamentos e para a recepção de propostas de operações de crédito; 
  • 4ª fase (início em 15/12/2021): Mais informações poderão ser compartilhadas a partir dessa data, como dados de operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência complementar aberta e contas-salário. 

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!