Golpes em maquininhas de cartão crescem 186% em São Paulo: saiba como evitar
No último ano, as entregas por delivery se tornaram um fenômeno no Brasil. É difícil passar por uma rua e não ver pelo menos um motoqueiro em deslocamento com produtos no bagageiro.
Os altos índices de desemprego levaram muitas pessoas a se cadastrar nas plataformas para conseguir renda ao final do mês. Esse fator, em conjunto com a pandemia de covid-19, que levou ao isolamento social, fez com que esse tipo de serviço se tornasse muito mais convidativo de ser chamado para parte da população com condições financeiras.
A matemática é fácil: grande número de entregadores disponíveis somado ao fato de precisar ficar em casa, leva à busca pelas entregas. Mas quando algo começa a se tornar muito comum, os golpes surgem.
No caso das entregas por delivery, especificamente, os golpes em maquininhas de cartão de crédito são os mais comuns. De acordo com o Procon de São Paulo, houve um aumento de 186% desse tipo de prática durante a pandemia de covid-19. De janeiro a maio de 2020, foram registradas 87 ocorrências desse tipo. Já no mesmo período deste ano, foram 249.
Como são os golpes em maquininhas de delivery?
Como outros golpes realizados ultimamente, o golpe de maquininha de entregadores tem um passo a passo bem definido:
- Um golpista, que se passa por um funcionário de uma central de atendimento, entra em contato com o cliente que fez o pedido.
- Ele diz que é preciso pagar uma taxa extra para entrega da comida ou produto comprado por um desses aplicativos comuns de entrega, como Ifood, Uber Eats e Rappi;
- O entregador chega ao endereço de entrega e passa um valor muito acima do que foi pedido, ou maior do que a taxa que tinha sido cobrada pelo aplicativo;
- Normalmente, a máquina de cartão em que ele passa o valor exacerbado está com o visor quebrado ou escuro, o que facilita o golpe.
De acordo com o Procon de São Paulo, mesmo fazendo reclamações é difícil que as vítimas consigam o dinheiro de volta. Só neste ano, até junho, já foram mais de R$500 mil em total de reclamações. Ainda sim, o órgão reforça a importância de denunciar e registrar o caso.
Com a pandemia esses golpes aumentaram muito. Quem for vítima e for cobrado em valor incorreto, deve acionar o Procon-SP. Nós iremos apurar a responsabilidade da empresa e acionar a polícia. As empresas de delivery devem responder pelos problemas e ressarcir o consumidor”, afirmou em nota o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
Como evitar esse tipo de prática?
Para evitar o golpe da maquininha, existem algumas dicas que podem ser usadas todas as vezes que um consumidor faz compras por um aplicativo de delivery. A principal delas é ter atenção! Veja as outras:
- Não faça o pagamento se o visor estiver quebrado ou se não for possível fazer a leitura dos dados de cobrança;
- Dê preferência para pagamentos pelo aplicativo;
- Sempre confira o valor da compra antes de passar o cartão e inserir a senha na maquininha;
- Nunca forneça dados pessoais por telefone, como CPF ou número de cartão de crédito;
- Desconfie se o entregador avisar que é necessário pagar alguma taxa extra na hora de fazer o pagamento pela maquininha;
- Se ficar em dúvida sobre algum comportamento ou solicitação do entregador, entre em contato com o estabelecimento em que você fez a compra.
Capez ainda reforça:
As compras têm que ser feitas todas online. As empresas estão proibidas de fazer operações off-line, que são aquelas que o pagamento é feito na hora para o entregador, de maneira que elas são responsáveis. Tem outros tipos de golpes também, como cobrar taxa de entrega, que não existe, pedir que seja passado cartão quando o pagamento já foi feito… Em hipótese alguma isso deve ser feito pelo consumidor. Nenhum tipo de contato com entregador. Sob nenhum pretexto. Só para pegar a mercadoria.”
Quais foram as empresas que mais foram alvos de golpes?
Neste ano, as empresas de aplicativo de delivery que mais tiveram registros de golpes de maquininha foram:
- iFood: 80 casos em 2021. Aumento de 81% na comparação com 2020;
- Rappi: 105 casos em 2021. Aumento de 262% na comparação com 2020;
- Uber Eats: 64 casos em 2021. Aumento de 357% na comparação com 2020.