Empréstimos que usam imóvel como garantia crescem em 61% e aumentam risco de despejo
Quem precisa pegar empréstimos normalmente se vê diante da dificuldade de conseguir alternativas com juros baixos, principalmente com a alta da Selic, que é a taxa básica de juros do país.
Diante desse cenário e buscando pagar menos juros, uma alternativa vem crescendo no mercado brasileiro, o home equity, que é o empréstimo com garantia de imóvel. Funciona de forma simples: você dá seu imóvel como garantia e pode contratar empréstimos com taxas de juros menores.
Mas, há um grande risco nisso: o de não conseguir pagar as parcelas do empréstimo e a empresa credora tomar o imóvel, com despejo da família / moradores. Entenda, aqui, mais sobre essa alternativa!
Crescimento do home equity no Brasil
De acordo com dados do Banco Central, o home equity vem crescendo anualmente no Brasil. No ano passado, por exemplo, valor contratado bateu R$ 4,6 bilhões, o que representa uma alta de 61% em comparação a 2019.
Um dos motivos do crescimento dessa modalidade é a possibilidade de pagar menos juros no empréstimo, uma vez que o valor do bem dado como garantia é maior. Em situações assim, as empresas credoras tendem a trabalhar com taxas de juros mais atrativas.
Qual o risco do home equity?
Embora possa ser uma opção interessante para tomada de empréstimos, é muito importante se atentar ao risco que o home equity oferece: a possibilidade de ficar sem o imóvel se não pagar a dívida.
Portanto, há uma chance alta de despejo, com a necessidade de mudança da família. Em casos assim, nem sempre sobra dinheiro para alugar outro imóvel, colocando a família em situação de vulnerabilidade.
É por isso que se recomenda adotar o home equity somente em casos especiais, com planejamento financeiro adequado para saber se realmente conseguirá pagar o empréstimo, principalmente se o imóvel for o único bem da família.
Vale a pena contratar empréstimo com garantia de imóvel?
O empréstimo com garantia de imóvel pode parecer uma boa alternativa pelos juros reduzidos, mas é preciso ter cuidado com essa modalidade, uma vez que há um risco alto de ficar sem o imóvel.
Na ausência de pagamentos, a empresa credora inicia um processo de cobrança amigável, que segue por três meses, em média. Se mesmo assim não pagar a dívida, a empresa pode entrar com um pedido de leilão do imóvel, direito que é garantido à credora entre o quarto e sexto mês de débito.
Então, isso quer dizer que você não deve contratar essa alternativa? Depende. Essa linha de crédito é mais interessante para quem possui fontes de renda suficientes para quitar a dívida, bem como para se sustentar em caso de demissão ou perda de parte de sua remuneração.
Portanto, é uma opção para quem já tem uma maior previsibilidade financeira ou outros bens. Se não for o caso, o melhor é não contratar esse tipo de empréstimo e buscar outras formas de garantia ou alternativas de crédito com menor risco.
Quanto é possível tomar de empréstimo no home equity?
De modo geral, as empresas que trabalham com essa modalidade oferecem 60% do valor do imóvel como empréstimo. Portanto, se tiver um imóvel de R$ 500 mil, poderá fazer um empréstimo de até R$ 300 mil.
O prazo de pagamento varia entre as empresas, mas costuma ser de até 20 anos, com taxas de juros de cerca de 12% ao ano. Curiosamente, esse valor é muito menor em comparação aos 309,8% ao ano do rotativo do cartão de crédito.
Quais empresas oferecem o home equity?
O home equity é oferecido por grandes bancos, como o Santander, Bradesco, Itaú e Caixa Econômica Federal, mas também é um produto de fintechs como a Creditas, Pontte e CredHome.
Que outros tipos de garantia é possível dar em empréstimos?
Além do imóvel, também é possível dar como garantia carros, joias e até seu próprio salário. Normalmente, quanto maior for o valor do bem dado como garantia, maior é o desconto em taxas de juros, porque o risco para a empresa credora é reduzido.
Antes de contratar o empréstimo, sempre verifique com a empresa quais bens pode dar de garantia, caso tenha interesse nessa alternativa para contratação, para baratear o custo final.