Bancos aumentam taxa de juros para financiamento imobiliário
Bancos privados aumentaram a taxa de juros para o financiamento imobiliário. Trata-se de um movimento iniciado pelo Santander, que subiu a taxa em 4 de setembro, antecipando-se à alta da taxa Selic que deve acontecer ainda em setembro.
Depois que o Santander aumentou a taxa de juro de crédito imobiliário para 8,99% ao ano, mais variação da TR (Taxa Referencial), o Bradesco também subiu suas taxas, passando a trabalhar com juros que variam entre 8,50% e 8,90% mais TR.
Em seguida foi a vez do Itaú Unibanco aumentar a taxa de juros, cobrando 8,30% ao ano mais variação da TR. Antes, cobrava juros de 7,30% ao ano.
Por que os bancos aumentaram a taxa de juros?
O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, deve se reunir ainda em setembro para discutir o que fará com a taxa Selic. A perspectiva é que aumente a Selic em pelo menos 1 ponto, elevando-a para 6,25%.
Mas, por que isso impacta diretamente no financiamento imobiliário? Simples: a taxa Selic é a taxa básica de juros do país, com capacidade de influenciar todas as outras praticadas por bancos.
Quando a Selic sobe, isso aumenta as taxas de juros de serviços de crédito, como o financiamento imobiliário. Quando a Selic cai, os juros sofrem uma redução, barateando a tomada de crédito.
A perspectiva é de aumento da taxa Selic devido à subida constante da inflação. Quando a inflação está alta, o Copom tende a aumentar a Selic para tentar conter essa subida, evitar a desvalorização da moeda e garantir o poder de compra para a população.
Caixa vai na contramão de aumentos
Curiosamente, a Caixa Econômica Federal vai na contramão dos aumentos, tanto que anunciou recentemente uma redução de juros no financiamento imobiliário feito pelo banco.
A medida, que foi anunciada pelo presidente da Caixa, foi vista como um aceno político ao presidente Jair Bolsonaro e sua equipe econômica, que vêm sendo questionados sobre o anúncio de medidas focadas em microcrédito.
Histórico de aumento da taxa de juros do financiamento imobiliário
Desde o início de 2021, os juros do financiamento imobiliário vêm crescendo a cada aumento da Selic. Até agosto, bancos privados trabalhavam com uma taxa média de 6,5%.
Agora, com a antecipação do aumento, as instituições financeiras estão trabalhando com uma taxa média que varia entre 7,5% e 8%, o que acaba encarecendo o valor total pago pelo imóvel e dificultando o acesso ao financiamento.
De acordo com o Banco Central, cada queda de 1% da Selic faz com que meio milhão de pessoas se tornem aptas ao crédito imobiliário. Em contraposição, a cada subida menos pessoas conseguem comprar seu imóvel.
É um bom momento para financiar um imóvel?
Mas, afinal, será que é um bom momento para financiar um imóvel? Depende de seu orçamento e se tem dinheiro disponível para bancar o financiamento.
Mesmo que a taxa de juros esteja em alta, ela ainda é menor do que a praticada há dois anos, quando a média do mercado era de 10% ao ano.
Entretanto, é muito importante que o consumidor faça uma escolha de compra consciente, para evitar o risco de endividamento, conseguindo cumprir o compromisso financeiro.
Vale lembrar que a expectativa é que a taxa de juros continue subindo nos próximos meses, uma vez que a previsão do mercado é de alta da Selic. Então, certamente acabará pagando mais no financiamento imobiliário em relação a 2020.
O importante é fazer cálculos e ter um planejamento financeiro adequado para se certificar de que conseguirá pagar as parcelas mensais se realmente realizar o financiamento.
Como economizar no financiamento imobiliário?
Pode parecer algo impossível, mas existe a possibilidade de economizar no financiamento imobiliário. Uma dica para isso é cotar e simular o crédito em diferentes bancos, porque eles trabalham com taxas de juros diferentes.
Ao pesquisar, cotar e simular em mais de um banco dá para encontrar uma opção que tenha valor total menor, bem como condições de pagamento mais atrativas.
Outra opção que ajuda a economizar é verificar alternativas de financiamento imobiliário. O Itaú, por exemplo, tem um financiamento com juros de poupança. Neste caso, a taxa é de a partir de 2,99% ao ano, mais rendimento da poupança, que em agosto de 2021 estava em 3,675% ao ano.