Governo adia anuncio do Auxílio Brasil de R$ 400. O que pode ser?
O Presidente da República usaria o evento para anunciar o novo Auxílio Brasil de forma temporária para famílias mais pobres, complementando o valor do Bolsa Família.
Hoje (19/10) o governo federal havia programado o lançamento do Auxílio Brasil. Após muito especular sobre o programa de transferência de renda, havia-se chegado em um modelo que proporcionaria as famílias em vulnerabilidade social um aumento de R$ 211 reais no valor total do atual Bolsa Família (que é de R$ 189).
Porém, o evento que aconteceria a partir das 17h, no Palácio do Planalto, foi cancelado pelo Ministério da Cidadania (que conduziria a cerimônia). O que se especula em Brasília é que o adiamento tem relação com o impacto negativo que o valor total do auxílio gerou no mercado financeiro.
Após anunciar a intenção de elevar para R$ 400 o valor total do Auxílio Brasil, o presidente Jair Bolsonaro foi duramente criticado por entidades do mercado financeiro. Além disso, o dia foi conturbado para o dólar (que teve forte alta) e na Bolsa de Valores (que operou em queda).
O impacto desse anuncio prévio feito pelo presidente, além de estremecer os corredores do Ministério da Economia, fez com que diversos economistas e empresários alertassem o presidente com relação aos impactos negativos, principalmente, com os investidores – que não enxergam com bons olhos a forma como o governo pretendia resolver a questão do valor final do auxílio.
Qual a proposta do governo para o Auxílio Brasil
O governo, após muito esforço, chegou no formato de “auxílio temporário“, somando ao Bolsa Família um valor que elevaria o montante para os R$ 400 desejados pelo Presidente da República. Além disso, segundo a proposta, o número de beneficiários subiria de 14 milhões para 17 milhões de famílias assistidas.
Porém, para chegar nesse valor, o governo precisou montar uma engenharia orçamentária que retirasse custos de outros lugares para fortalecer o caixa do programa. A aprovação da PEC dos Precatórios seria essencial para que o governo não ficasse fora do teto orçamentário anual.
E foi justamente isso que ascendeu o alerta dos especialistas, gerou toda a turbulência no mercado financeiro e fez o presidente recuar na última hora. A proposta original de R$ 300 seria a ideal, segundo especialistas do Ministério da Economia e era o que o Ministro Paulo Guedes defendia.
E o que acontece agora?
O Governo Federal ainda não se pronunciou sobre uma nova data para o anuncio do novo programa social. Certamente, a noite em Brasília será agitada e reuniões devem definir o destino do Auxílio Brasil.
Para a ala política do governo, a aprovação do valor de R$ 400 é essencial para acalmar os ânimos da população mais vulnerável e garantir um caminho menos turbulento para as eleições de 2022 – onde o presidente será candidato a reeleição.
Para a ala técnica e econômica, a luta continua para manter as contas do governo em dia e o mercado financeiro mais contido.
E, no meio de tudo isso, fica a população mais carente, sem saber para onde as coisas vão. Logo que novas informações saírem, publicaremos no site.
Fonte: O Antagonista