Para 70% dos brasileiros há corrupção no governo Bolsonaro, segundo Datafolha


Com a aproximação do ano eleitoral, que será em 2022, mais pesquisas são feitas com a população, para identificar opiniões que podem ser decisivas em um processo de eleições. O Instituto DataFolha realizou um levantamento, divulgado neste domingo pelo jornal Folha de S. Paulo, que trata sobre corrupção no governo Bolsonaro. 

O estudo abrange questões sobre o próprio presidente Jair Bolsonaro e sobre a atuação dele durante a pandemia de covid-19. Foram feitas perguntas sobre a existência ou não de corrupção no governo do presidente e sobre o trabalho do Ministério da Saúde, o qual recebeu muito destaque no último ano. 

Resultados da pesquisa sobre corrupção no governo Bolsonaro

Veja os resultados da pesquisa do Datafolha sobre corrupção no governo bolsonaro
Corrupção no governo Bolsonaro foi tema de pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha, que foi divulgada na Folha de S. Paulo neste domingo. (Imagem: Valter Campanato / Agência Brasil)

A pesquisa do DataFolha foi realizada nos dias sete e oito de julho com 2.074 pessoas acima de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos. Confira os resultados:

Corrupção no governo Bolsonaro:

  • Sim, existe corrupção no governo Bolsonaro: 70%;
  • Não existe: 23%;
  • Não sabe: 7%.

Corrupção nos contratos do Ministério da Saúde:

  • Sim, houve corrupção por parte do governo na compra de vacinas: 63%;
  • Não houve corrupção: 25%;
  • Não sabe: 12%.

Bolsonaro sabia da corrupção no ministério:

  • Bolsonaro sabia das suspeitas de corrupção: 64%;
  • Não sabia: 25%;
  • Não sabe: 11%.

Percepção da corrupção no governo:

  • Vai aumentar: 56%;
  • Vai ficar como está: 26%;
  • Vai diminuir: 13%.

Conhecimento sobre as investigações que envolvem o governo:

  • Pessoas que estão informadas: 70%;
  • Pessoas que estão bem informadas: 22%;
  • Pessoas que estão mais ou menos informadas: 34%;
  • Pessoas que estão mal informadas: 9%. 

Perfil das pessoas que acreditam na existência de corrupção do governo Bolsonaro

Mulheres, jovens de 16 a 24 anos, moradores do Nordeste e pessoas que reprovam o governo são os que mais acreditam que há corrupção no governo Bolsonaro, de acordo com a pesquisa do DataFolha. 

O perfil é muito parecido para aqueles que acham que o presidente sabia sobre práticas de corrupção no Ministério da Saúde durante a pandemia de covid-19: 72% também são jovens, com idades entre 16 a 24 anos e 71% são nordestinos. 

Os respondentes que afirmaram que não houve/há corrupção no governo do atual presidente são, em sua maioria, pessoas com mais de 60 anos, moradores das regiões Norte ou Centro-Oeste e são do sexo masculino. 

Já o público que não acredita que Bolsonaro tinha conhecimento sobre crimes de corrupção na pasta de saúde são majoritariamente empresários (44%) ou ganham entre cinco e dez salários mínimos (36% dos entrevistados). 

Entre os empresários que participaram do estudo do DataFolha, 50% acreditam que há malfeitos no governo e 48% não concordam com essa opinião. 

Investigação de corrupção no governo Bolsonaro

Atualmente, com a realização da CPI da Covid, algumas decisões do Governo Federal estão sendo investigadas.

No final do mês de junho, o Ministério Público e a Polícia Federal abriram investigações para apurar a compra de doses da Covaxin, vacina contra a covid-19 produzida na Índia. A aquisição desse imunizante foi a mais cara já feita pelo Ministério da Saúde. 

De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), a Covaxin foi comprada a R$ 80,70 a unidade, um valor quatro vezes maior que a vacina da AstraZeneca.

Além disso, o contrato firmado para a compra das doses foi feito entre o Ministério da Saúde e uma empresa chamada Precisa Medicamentos, que não possui nenhum tipo vínculo com a indústria que produz as vacinas.

Durante a CPI da  Covid, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, afirmaram que avisaram o presidente Jair Bolsonaro sobre os atos ilícitos durante a compra da Covaxin. 

O presidente entendeu a gravidade. Olhando nos meus olhos, ele falou: ‘Isso é grave’. Não me recordo do nome do parlamentar, mas ele até citou um nome para mim, dizendo: ‘Isso é coisa de fulano’. E falou: ‘Vou acionar o diretor-geral da Polícia Federal, porque, de fato, Luis, isso é muito grave”, disse o Luis Miranda durante uma audiência da CPI. 

Ao final do dia, Miranda afirmou que “fulano” era o deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara. 

Com toda a polêmica envolvendo a compra de doses da vacina indiana, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e Wagner Rosário, da Controladoria Geral da União, suspenderam o contrato para compra da Covaxin.

Fonte: G1

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!