Pfizer anuncia envio de 13 milhões de doses da vacina contra covid ao Brasil até 1° de agosto
A partir desta terça-feira (20/07), o Brasil começa a receber mais 13,2 milhões de doses da vacina da Pfizer. Os novos lotes do imunizante da farmacêutica estadunidense chegarão ao país em 13 voos que acontecem entre hoje e o próximo dia 1º de agosto.
Os voos que chegarão sempre ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), trarão em média 1 milhão de doses por dia. Os lotes serão enviados para Guarulhos, onde fica o centro de distribuição do Ministério da Saúde, e depois encaminhados aos estados para reforçar as campanhas de vacinação.
Após denúncias de que o governo ignorou ofertas de vacinas da Pfizer, 200 milhões de doses do imunizantes foram contratadas pela União. De acordo com a farmacêutica, todas serão entregues até o final do ano.
Para cumprir com todo o cronograma de entregas ainda em 2021, a Pfizer irá intensificar a operação em agosto e setembro. Segundo a empresa, cerca de 70 milhões de doses devem chegar ao Brasil nos próximos dois meses.
A intensificação das entregas acontece apenas no segundo semestre por conta da demora para fechar acordo com a farmacêutica. O primeiro lote da vacina chegou ao Brasil no final de abril, quando 1 milhão de doses foram entregues no Aeroporto de Viracopos. Além disso, em junho 842 mil doses chegaram por meio do consórcio global Covax Facility.
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Quantidade de vacinas já aplicadas no Brasil
Até o momento, a Pfizer entregou ao Brasil 17 milhões de doses da sua vacina. O número representa pouco mais de 13% do total de doses aplicadas no país, segundo dados do Consórcio de veículos de imprensa.
Ao todo, o Sistema Único de Saúde (SUS) já aplicou 124.383.623 doses da vacina contra Covid-19, de acordo com os números mais recentes do mapa da vacinação. O mapa também mostra que cerca de 16% dos brasileiros completaram a vacinação, o que representa mais de 34 milhões de pessoas totalmente imunizadas.
Próximas entregas de doses da vacina da Pfizer
Conforme dito anteriormente, os novos lotes com 13 milhões de doses do imunizante chegarão entre hoje e 1º de agosto. A distribuição das remessas acontecerá da seguinte forma:
- 20 de julho – 1.053.000 doses
- 21 de julho – 1.053.000 doses
- 22 de julho – 1.053.000 doses
- 23 de julho – 1.003.860 doses
- 25 de julho – 2.106.000 doses (dois voos)
- 27 de julho – 1.053.000 doses
- 28 de julho – 1.053.000 doses
- 29 de julho – 1.895.400 doses (dois voos)
- 30 de julho – 889.200 doses
- 1º de agosto – 2.106.000 doses (dois voos)
Em maio, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou novas medidas para a conservação e armazenamento do imunizante. Antes da mudança, a vacina não podia ser enviada a cidades localizadas a mais de 2h30 da capital do estado.
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Negociação de vacinas com a Pfizer: entenda o que aconteceu
Desde o ano passado, a Pfizer entrou em contato com o governo federal diversas vezes para oferecer a vacina, mas foi ignorada. Em novembro, a farmacêutica chegou a alertar que distribuiria a outros países as doses reservadas ao Brasil, caso não houvesse resposta.
O comportamento do governo em relação as propostas da empresa está sendo investigado pela CPI da Covid, comissão responsável por analisar supostas irregularidades durante a pandemia.
Segundo o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o governo deixou de responder 53 e-mail da Pfizer sobre a negociação para compra de vacinas. O senador destaca que isso comprova omissão do Executivo, e acredita que os grupos prioritários poderiam ter sido imunizados em fevereiro ou março.
Não tenho dúvidas de que a omissão do governo custou a vida de 80 mil brasileiros. São 80 mil pessoas, avôs, avós, tios, tias, mães e pais e irmãos, amigos que poderiam estar conosco”, afirmou o senador em entrevista ao programa Roda Viva, em maio.
Segundo mensagens da Pfizer ao governo brasileiro entregues à CPI, o primeiro contato da empresa foi em março do ano passado, com um e-mail enviado diretamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Mas assim como as demais, as mensagens enviadas a Bolsonaro também foram ignoradas nos meses seguintes.
A primeira reunião entre representantes da empresa com o presidente aconteceu apenas em novembro, por telefone. Mesmo depois da conversa, a Pfizer voltou a tentar contato e não obter respostas do governo.
Apenas em dezembro, 9 meses após o primeiro contato da farmacêutica, o Ministério da Saúde fechou memorando de entendimento com a empresa.
Segundo Randolfe, enquanto o governo federal se omitia na negociação das vacinas, ele pressionava a Índia para liberar cargas de hidroxicloroquina para o país, remédio comprovadamente ineficaz contra a Covid-19.