Preço do gás natural vai subir 7% em agosto
Depois da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, a Petrobras anunciou que também subirá o preço do gás natural. Segundo a estatal, o aumento será de 7% no valor do gás natural vendido às distribuidoras, e os novos preços entrarão em vigor a partir de 1º de agosto.
Em relação ao preço final que chega ao consumidor, ainda não dá para saber de quanto será o aumento. Isso porque a Petrobras informa que além do seu preço de venda, há também a questão das margens das distribuidoras para chegar à definição deste valor.
No caso do GNV, que vem sendo uma alternativa comum para as constantes altas no preço da gasolina, os postos de revenda e os tributos federais e estaduais definirão o valor final para os consumidores. Além disso, cabe destacar que as agências reguladoras estaduais precisam aprovar as tarifas.
Conforme explicação da Petrobras, o aumento acontece por conta dos cálculos negociados nos contratos de fornecimento, onde o preço é vinculado à cotação do petróleo e à taxa de câmbio e os valores são atualizados a cada trimestre.
A referência para esses ajustes é a cotação dos meses de abril, maio e junho. Durante esse período, o petróleo teve alta de 13%, seguindo a tendência de alta das commodities globais; e o Real teve valorização de cerca de 4% em relação ao dólar, em consequência, o ajuste será de 7% em R$/m³”, informou a estatal.
Veja também: Gasolina sobe 25% em 2021 e atinge o maior preço da história
Além do gás natural, Petrobras reajusta preço dos combustíveis
O Gás Natural Veicular (GNV) é tido como uma alternativa mais econômica para muitos motoristas, principalmente em um momento em que o preço da gasolina não para de subir.
O aumento mais recente foi anunciado pela Petrobrás na última segunda-feira (05/07). Com os reajustes, os valores médios de venda do diesel e da gasolina da companhia para as distribuidoras subiram 6,3% e 3,7%, respectivamente.
Como era de se esperar, o novo aumento voltou a gerar revoltas pelo país. Uma das categorias mais prejudicadas pelo reajuste é a dos caminhoneiros, que foram pegos de surpresa com o anúncio.
Isso porque representantes do Conselho Nacional do Transporte Rodoviários de Cargas (CNTRC) haviam se reunido com o presidente da Petrobras dias antes do anúncio, pedindo para não subir o preço do diesel.
Segundo o presidente do CNTRC, Plínio Nestor Dias, os representantes deixaram claro na reunião que a alta do diesel afetaria toda a sociedade. Como toda a cadeia produtiva brasileira depende do frete rodoviário para distribuição, o aumento no combustível impacta no preço dos produtos.
De acordo com Dias, a greve dos caminhoneiros ganha força com o reajuste. A paralisação está marcada para o dia 25 de julho, e o conselho pretende enviar uma carta à Petrobras para reafirmar a posição da categoria.
Outra categoria que criticou o aumento foi a dos petroleiros. Segundo Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o aumento veio por pressão do mercado financeiro, e mostra como a política de preços adotada pelo atual governo prejudica principalmente os mais pobres.
Como a alta do GNV vai interferir no ganho dos motoristas?
Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), para cada real gasto com GNV, o motorista brasileiro roda o dobro em comparação à gasolina e ao etanol. No Rio de Janeiro, a relação é ainda maior, já que o combustível rende 2,5 vezes mais.
Por causa desta economia para os motoristas, a procura pelo GNV aumentou em 2021. Mas a alta no preço do gás natural preocupa os consumidores, que temem que a alternativa deixe de ser vantajosa.
Ao menos por enquanto, o aumento no valor de venda anunciado pela Petrobras não deve alterar muito a relação de lucro do GNV em comparação aos outros combustíveis, mas deixa o alerta ligado para os motoristas que usam o gás natural justamente para economizar.
Veja também: Com fim do auxílio emergencial poder de consumo dos brasileiros mais pobres vai cair 17,7%
Demanda por gás natural aumentou em 2021
Os constantes reajustes no preço da gasolina fizeram a demanda por GNV crescer nos primeiros meses deste ano. Segundo levantamento da Firjan, as instalações do kit-GNV no primeiro cresceram 15% em todo o Brasil.
A pesquisa da Firjan também mostra que o combustível é mais procurado no estado do Rio de Janeiro, onde estão 75% dos veículos que adotam o gás natural no país. Para o vice-presidente da Firjan, Celso Mattos, o GNV no Rio é um caso de sucesso por conta do desconto no IPVA e também por diminuir a poluição nas cidades.
Fontes: Agência Brasil e Firjan.