Previdência Privada: Será que vale a pena esse investimento?

Mais de 6% da população brasileira investe na previdência privada. Entenda quando esse tipo de investimento é benéfico e quais são os contras


De janeiro a setembro de 2021, os aportes em planos de previdência privada alcançaram R$100,7 bilhões no Brasil, de acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), que é filiada à Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg).

Segundo a Fenaprevi, mais de 13 milhões de brasileiros possuem esse tipo de investimento no Brasil, o que representa 6,5% da população. Alguns dos principais motivos que levaram a alta procura foram o aumento do tempo de contribuição e o valor pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para que seja possível recorrer à aposentadoria.

Ângela Assis, vice-presidente da Fenaprevi, ressalta que mesmo com a pandemia de covid-19 e as dificuldades financeiras que ela alavancou, os brasileiros não deixaram de investir na previdência privada.

Observamos a resiliência da arrecadação, mesmo em um momento turbulento do mercado. Os recursos estão disponíveis para as pessoas no momento em que mais precisam, seja para salvar seus negócios, para atender as necessidades do dia a dia e até mesmo aproveitar oportunidades de investimento, como no mercado imobiliário”, destacou em entrevista para a Veja. 

Como funciona a previdência privada?

Como funciona a previdência privada e quando ela vale a pena
Como funciona a previdência privada e quando ela vale a pena? (Imagem: Divulgação / PixaBay)

Resumidamente, a previdência privada é uma forma de investir em recursos para a aposentadoria, sem vincular o dinheiro arrecadado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Existem dois tipos desse mesmo investimento:

  • PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres);
  • VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres).

O PGBL é, normalmente, recomendado para os trabalhadores que fazem a declaração do Imposto de Renda completa, pois o valor depositado nesse modelo de previdência privada pode ser deduzido, o que leva ao aumento da restituição do tributo.

Já o VGBL é destinado para pessoas que não declaram o Imposto de Renda, ou fazem a versão simplificada dele. Isso acontece pois, no momento do resgate dos valores investidos, o desconto do IR é feito sobre os rendimentos. Portanto, o que foi depositado com o passar dos anos fica livre de desconto.

Quais são os prós e contras da previdência privada?

A previdência privada é vantajosa para quem se preocupa com o futuro e quer ter dinheiro guardado quando for se aposentar. Ela também é benéfica pois pode ser aberta com pouco capital – alguns bancos permitem a abertura do investimento com um aporte inicial de R$25,00, por exemplo. Além disso, não é preciso depositar a mesma quantia mensalmente. Assim como uma poupança, o trabalhador pode fazer a transferência quando tiver um valor extra sobrando no final do mês.

No entanto, assim como todo investimento, existem pontos desfavoráveis. O portal Serasa Ensina listou alguns deles:

  • Cobrança de altas taxas, como para o momento do resgate do que foi investido;
  • Tributação, que pode ser progressiva ou regressiva e deve ser escolhida com base no perfil do investidor;
  • Rentabilidade precisa ser avaliada, pois outros investimentos podem render melhor com a cobrança de menos taxas.

Como começar a investir?

Existe uma falácia que o ato de investir é direcionado apenas para pessoas ricas, mas muitos especialistas em educação financeira têm tentado desmistificar isso.  De acordo com Pedro Salanek, professor de finanças do ISAE Escola de Negócios, os investimentos estão cada vez mais democratizados, tanto na renda fixa, quanto na variável. Em diversos casos, é possível fazer aportes a partir de R$30,00.

Com maior planejamento, o interesse em conhecer mais também aumentou. Além do crescente mercado de investimentos que tem invadido as redes sociais, as pessoas estão buscando maiores informações sobre as melhores opções para guardar (e remunerar) seu capital”, diz.  “Na renda fixa enquadram-se as aplicações para investidores de perfil mais conservador, com os ganhos fixos em cada aplicação”, complementa.

Exemplos de investimento em renda fixa são a poupança, o tesouro direto, o CDB, Fundos DI, investimentos em previdência privada. Outra opção é a renda variável, como o mercado de ações, fundos cambiais, mercado futuro e os fundos de investimentos. Neste caso, o investidor precisa estar atento e ser estratégico, pois, ao mesmo tempo que os ganhos podem ser maiores, as quedas e riscos também são.

O especialista reforça que os brasileiros não precisam juntar muito dinheiro para começar a investir, mas sim buscar os melhores rendimentos e taxas de acordo com o perfil dele.

Perceba que o seu patrimônio poderá ser construindo com uma frequência de aplicações”, completa Salanek.

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!