Retomada do comércio eleva esperança no setor, paranaenses são os mais confiantes
O último ano foi conturbado para os comerciantes. Em 2020, quem achou que a pandemia de covid-19 iria ser breve e não se preparou financeiramente, precisou fechar as portas. Os empresários que resistiram à falência, tiveram de se adaptar ao ‘abre e fecha’, que foi causado pelos decretos de prefeitos e governadores em todo o Brasil, como uma tentativa de conter o avanço do novo coronavírus. Neste cenário, uma retomada do comércio parece quase inimaginável.
Apesar disso, uma notícia divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) pode elevar os ânimos de quem espera ansiosamente por essa retomada do comércio. O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), divulgado nesta segunda-feira, teve alta de 2,1% em junho. Ele ficou em 67,5 pontos.
Retomada do comércio pode acontecer, mas lentamente
Por mais que o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) tenha subido 2,1% em junho, os resultados gerais para o comércio ainda não são totalmente animadores. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a pontuação do indicador neste mês representou o menor nível desde agosto de 2020, quando ela foi de 66,2 pontos.
Este também foi o pior junho da série histórica, que começou em 2010. Além disso, em comparação com o mesmo mês do ano passado, o ICF sofreu queda de 2,6%.
Ainda sim, vale focar nos pontos positivos apresentados neste mês. Os sete tópicos utilizados pela CNC para o cálculo do ICF apresentaram alta na comparação de maio e junho de 2021. Eles são:
- emprego atual (1,1%);
- perspectiva profissional (0,9%);
- renda atual (1,5%);
- acesso a crédito (0,9%);
- nível de consumo atual (2,9%);
- perspectiva de consumo (6,5%);
- momento para duráveis.
O que pode contribuir para a retomada do comércio?
De acordo com a pesquisa da Confederação, o que levou a essa retomada no indicador foram as ações do Governo Federal para o combate à pandemia de covid-19, como a prorrogação do Auxílio Emergencial.
“A confiança no emprego é o que tem mantido as pessoas consumindo na pandemia. Quando há deterioração nas empresas, acontece um efeito dominó que impacta o orçamento das famílias e impede o acesso. O ICF tem sido um instrumento de análise bastante alinhado com essa expectativa”, acrescentou a economista responsável pelo levantamento, Catarina Carneiro da Silva.
Essa confiança no emprego, mencionada por Silva, está relacionada com os dados positivos do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nos últimos meses.
Confiança dos empresários no Paraná
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), medido também pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), mostra que o empresário paranaense está mais confiante, acima da média brasileira.
Esse índice teve alta de 8,8% em um mês, de maio para junho. Além disso, a variação anual dele chegou a ser impressionante, totalizando 51,7%. Neste mês, ele passou de 98,0 pontos em maio para 106,6 pontos.
“Essas elevações anuais expressivas diante dos efeitos iniciais da pandemia, em 2020, surpreenderam a maioria dos comerciantes. Com o avanço da vacinação da população e adaptação ao novo contexto de negócios, os empreendedores já vislumbram a superação das crises econômica e sanitária provocadas pela Covid-19. O incremento das vendas do Dia dos Namorados também foi uma dose extra de ânimo aos empresários.”, afirma em nota a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).
Confira alguns dados positivos sobre o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), na comparação entre maio e junho de 2021:
- A avaliação que os empresários fazem das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) aumentou 15%;
- As Expectativas do Empresário do Comércio (IEEC) cresceram 8,5%;
- A projeção de Investimentos do Empresário do Comércio (IIEC), em especial na contratação de funcionários, teve alta de 4,9%;
- Empreendimentos com até 50 colaboradores tiveram aumento de 9,0% no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC).
Fonte: Agência Brasil