Sisu: MEC anuncia que fará cálculo da nota de corte pelas regras de 2019 – Entenda
Neste domingo (11/04), o Ministério da Educação (MEC) anunciou que irá mudar as regras de cálculo da nota de corte do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Após muitas reclamações, as notas de corte voltarão a seguir o modelo vigente até 2019.
Com a mudança, quando um candidato estiver parcialmente classificado na sua primeira opção de curso, o sistema do Sisu não irá mais considerar a sua pontuação para calcular a nota de corte no curso de sua segunda opção. Isso acaba com a chamada “dupla classificação”, considerada injusta por especialistas.
Entretanto, a volta para o antigo modelo chega em cima da hora e ficará vigente apenas nos últimos dois dias de inscrição. A página do Sisu irá atualizar as notas de corte conforme o modelo antigo nas madrugadas de terça (13) e quarta-feira (14), e as inscrições ficam abertas até às 23h59 do dia 14 de abril, no horário de Brasília.
Criado em 2010 durante o governo Lula, o Sisu dá acesso a vagas em universidades públicas de todo o país com base nas notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
A atual edição do Sisu está aberta para a participação de estudantes que fizeram o Enem 2020, realizado no início do ano. Ao todo, são 206.609 vagas disponíveis em 5.571 cursos de graduação de 109 instituições de ensino superior de todo o Brasil.
Ao se inscrever no Sisu 2021, cada candidato pode escolher até duas opções de curso. O sistema calcula a nota de corte uma vez por dia com base nas inscrições realizadas até aquele momento, e o candidato pode conferir sua classificação parcial. Se for o caso, os estudantes podem mudar suas opções de curso durante o período de inscrição.
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Por que acabou o modelo de dupla classificação?
A chamada dupla classificação do Sisu era considerada injusta porque permitia que os candidatos tivessem acesso à classificação para ambas as opções de curso escolhidas mesmo que fosse selecionados para a primeira.
Este formato foi adotado a partir de 2020, e gerou controvérsias desde então. Antes dele, quando um candidato conseguia classificação para a primeira opção de curso, sua nota deixava de ser considerada para o cálculo da segunda opção.
Mas após a adoção deste modelo, especialistas afirmaram que as notas de corte para cursos selecionados como segunda opção poderiam sofrer um falso aumento. Como os candidatos podem mudar a opção de curso, havia o risco de estudantes escolherem cursos que não os interessem tanto por conta de um cálculo enganoso.
Por isso o anúncio de que o cálculo da nota de corte do Sisu voltaria a seguir a regra antiga foi comemorado por parlamentares que se opunham ao modelo de 2020.
“O MEC anunciou o fim da dupla classificação no SiSU a partir de amanhã. Depois de tantos erros na condução do último Enem pelo MEC, essa é uma vitória importante da educação! Seguimos firmes cobrando mais transparência e responsabilidade com os sonhos dos nossos estudantes”, destacou a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) em suas redes sociais.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que chegou a entrar com representação no Ministério Público Federal (MPF) contra a dupla classificação, classificou a decisão como uma “grande vitória”.
Mas apesar de ter voltado a adotar o modelo antigo, o MEC afirma que o de dupla classificação não configura erro nem altera a ocupação de vagas. Segundo a pasta, o modelo de 2020 servia para “demonstrar a integralidade das notas de todos os candidatos”.
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MEC faz alerta sobre nota de corte do Sisu
A nota de corte é a pontuação mínima que o candidato precisa ter atingido no Enem para ter chances de ser selecionado para determinado curso. O cálculo é feito com base na quantidade de vagas disponíveis e no número de candidatos para o curso em questão.
Além disso, cada modalidade de concorrência tem notas de corte diferentes. Sendo assim, as notas variam para quem disputa entre as vagas de ampla concorrência, ações afirmativas, cotas e suas subdivisões.
Entretanto, no portal do Sisu o MEC alerta que a nota de corte serve apenas como uma referência para ajudar o candidato a monitorar sua inscrição, e que ela não é uma garantia de seleção para a vaga em questão. Segundo o MEC, o sistema não calcula as notas em tempo real.
O Enem 2020 teve a participação de mais de 2,5 milhões de estudantes. De acordo com o MEC, o Sisu havia registrado mais de 1 milhão de inscrições até a última quinta-feira (08).