Procon-RJ tem inscrições abertas para negociar contas de gás em atraso – Veja!
Não é surpresa para ninguém que o preço do gás disparou durante a pandemia de covid19. Essa situação, somada a um aumento geral no custo de vida e a possibilidade de desemprego causaram enormes preocupações aos brasileiros. Para aliviar a questão das contas de gás, o Procon-RJ resolveu fazer um mutirão de negociação de dívidas.
O mutirão virtual vai negociar dívidas dos consumidores com a Naturgy entre os dias sete e 21 de junho. Mas atenção: as inscrições para a participação da negociação devem ser feitas junto ao Procon-RJ no período entre o dia primeiro e sete de junho.
Pessoas que estão inadimplentes com a Naturgy por mais de 30 dias podem participar. De acordo com a concessionária, mais de 260 mil pessoas do Estado do Rio de Janeiro estão com contas de gás em atraso.
Como vai funcionar o mutirão virtual do Procon-RJ?
As negociações de dívidas da conta de gás encanado, distribuído pela Naturgy vão ser feitas sem a necessidade de fazer um pagamento de entrada, sem juros ou multa. Dependendo do caso do consumidor, as contas em inadimplência vão poder ser parceladas, no mínimo, em 12 vezes.
Todas as negociações serão feitas com a intermediação de um servidor do Procon-RJ. Ele vai atuar como um mediador para ter certeza de que os direitos do consumidor sejam seguidos e as condições do acordo estejam justas.
Aumento do preço do gás encanado
Em maio começou a valer o aumento do preço do gás encanado, autorizado pela Petrobras. Ainda sim, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), essa alta pode demorar a ser sentida pela população.
Isso acontece porque existe uma revisão tarifária realizada por cada agência reguladora estadual. Em São Paulo, por exemplo, o aumento do preço do gás encanado só começará a ser sentido pelos cidadãos a partir do dia 31 de maio.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) detalha como os impostos são colocados sobre o gás:
- 58% do valor da tarifa depende de decisões da Petrobras e das transportadoras;
- 24% do valor é representado por tributos federais e estaduais;
- 18% do valor do produto é definido pelas distribuidoras.
Para o Diretor de Estratégia e Mercado da Abegás, Marcelo Mendonça, as distribuidoras de gás não vão ser beneficiadas pelo crescimento no valor da substância. “Os aumentos no preço do gás natural não trazem benefícios para as distribuidoras. Ao contrário, acabam tirando competitividade do gás natural em relação aos outros combustíveis como gasolina, óleo combustível, gás de botijão e energia elétrica. Muitas indústrias migram do gás natural para a geração por meio de biomassa, e isso pode voltar a acontecer”, afirma Mendonça.
Atualmente, o gás produzido no Brasil é distribuído da seguinte forma:
- 43% para indústria;
- 38% para geração de energia elétrica;
- 9% para veículos movidos à gás;
- 2% para a população em geral.
Gás de botijão ou encanado: qual é melhor?
Não tem muito para onde fugir: tanto o gás encanado, quanto o botijão passaram por aumentos no último ano. O botijão de 13 kg pode ultrapassar R$ 100,00 dependendo da região do Brasil.
Na segunda quinzena de maio, o Presidente Jair Bolsonaro afirmou que está debatendo com o general Joaquim Silva e Luna, Presidente da Petrobras, formas para reduzir o custo do produto, que é considerado básico na vida de grande parte da população.
“Eu zerei todos os impostos do gás de cozinha, estamos trabalhando com o novo presidente da Petrobras em como diminuir o preço do botijão na origem. Hoje está em R$ 42, dá para diminuir”, explicou Bolsonaro.
Ainda sim, não existem detalhes sobre quando ou como isso irá acontecer. Por isso, resta a dúvida: é melhor optar pelo botijão de gás ou por gás encanado?
Nas duas opções existem prós e contras:
- Com o botijão de gás, o consumidor pode escolher a distribuidora que vai comprar o produto e, assim, fazer uma pesquisa de preços;
- Já o encanado possibilita que nunca haja falta de gás na sua residência.
Além disso, alguns cálculos realizados por especialistas da Copagás mostram que o gás encanado pode ser até 26% mais caro para o consumidor do que a compra recorrente de um botijão de 13kg.
A conta é fácil: basta dividir o consumo de gás por dia para uma média de uma família durante 45 dias. Dessa forma, o cidadão consegue avaliar qual escolha traz mais benefícios a ele.
Fontes: G1, Valor Investe e UOL