Guerra Rússia e Ucrânia: Alta nos combustíveis pode ser a primeira consequência para os brasileiros

Descubra aqui como a guerra entre Rùssia e Ucrânia vão afetar os preços dos combustíveis e trazer consequências para a economia brasileira.


Na madrugada da última quinta-feira (24), depois de meses de tensão no leste europeu, a Rússia invadiu a Ucrânia, atacando o país pela terra, pelo mar e pelo ar, provocando o que muitos já chamam de “o momento mais sombrio desde a Segunda Guerra Mundial” e já trazendo vários impactos para a economia global, como a alta dos preços dos combustíveis.

Nesta matéria do No Detalhe, você vai entender como a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta o preço dos combustíveis e pode trazer consequências graves para a economia brasileira — que vão muito além de um simples aumento de preço nas bombas dos postos.

Para entender o conflito: 6 perguntas para entender a guerra entre Rússia e Ucrânia

Por que o combustível deve aumentar (ainda mais) no Brasil

Ucranianos próximos ao local de queda de um avião abatido em Kiev, capital da Ucrânia, nesta sexta-feira (Imagem: Reprodução: Oleksandr Ratushniak/NY Times)
Ucranianos próximos ao local de queda de um avião abatido em Kiev, capital da Ucrânia, nesta sexta-feira (Imagem: Reprodução: Oleksandr Ratushniak/NY Times)

Basicamente porque a Rússia é o terceiro maior produtor e o segundo maior exportador de petróleo do mundo. Com o foco na guerra e com sanções impostas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e pela União Europeia, a oferta de petróleo deve diminuir, o que afetaria não apenas a Europa, mas o mundo todo.

No primeiro dia de guerra, os preços dos barris de petróleo subiram para os maiores patamares desde 2014, com o Brent atingindo US$ 102,25 (uma alta de 5,37%) e o WTI US$ 95,46 (3,65%). Atualmente, os preços já diminuíram um pouco, chegando na manhã desta sexta-feira a, respectivamente, US$ 95,00 e US$ 92,80 (por volta de 10:30 no horário de Brasília).

A Petrobras já se pronunciou na tarde de ontem, afirmando que vai monitorar o impacto da invasão russa à Ucrânia antes de decidir se faz ou não um reajuste nos preços da gasolina e do diesel. Apesar do avanço das cotações do barril de petróleo no exterior, a Petrobras está conseguindo segurar um pouco os preços por conta da recente desvalorização do dólar em relação ao real por conta da tensão entre Rússia e EUA.

Quais os impactos desse aumento (além da fatura maior no posto)?

O aumento no preço do gás em decorrência da invasão da Ucrânia pela Rússia pode reverberar aqui no Brasil trazendo velhos problemas à tona: a interferência de Jair Bolsonaro na Petrobras e uma inflamação do discurso em favor da privatização da empresa.

Isso pode acontecer especialmente pelo fato de 2022 ser ano de eleição e Jair Bolsonaro estar atrás nas intenções de voto, perdendo apoio até mesmo entre grupos que mantiveram-se ao lado dele desde o início do mandato, com os evangélicos. Com isso, Bolsonaro pode endossar seus planos de privatizar a estatal, além de alterar sua política de preços.

Além disso, um recente relatório da UBS sugeriu que, caso o preço do barril do petróleo mantenha-se acima de US$ 125 por dois trimestres seguidos, o PIB global poderia sofrer uma retração de 0,5% em 2022.

Fora, é claro, que a guerra entre Rússia e Ucrânia traz outros problemas para o Brasil, como, por exemplo, um possível aumento no preço dos alimentos (seja pela queda da oferta de trigo, seja pela diminuição da importação de fertilizantes da Rússia) e uma elevação da Selic, a taxa básica de juros, para até 12,25% em 2022.

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Editor, redator e revisor da WebGo Content, graduado em Letras – Português/Inglês. Tem experiência com redação, revisão e editoração de textos para Web.