Pode ter apagão no Brasil em 2021? Confira o que dizem os especialistas
Com o país enfrentando a pior crise hídrica em 91 anos, os efeitos já são sentidos pelos brasileiros há alguns meses, e podem piorar ainda mais. Apesar de o governo ter negado a possibilidade durante os últimos meses, especialistas afirmam que o Brasil pode ter um apagão ainda em 2021.
O principal motivo para este risco é a demora do governo federal em admitir a gravidade da situação e agir efetivamente contra a crise energética, afirmam especialistas. Segundo eles, as medidas adotadas agora deveriam ter iniciado há pelo menos três meses.
Na quarta-feira (1º/9), entrou em vigor a nova bandeira tarifária criada pelo governo, que é 58% mais cara do que a vermelha patamar 2. A chamada “bandeira da escassez hídrica” tem taxa extra de R$ 14,20 para cada 100 kWh consumidos, e representa um aumento de quase 7% na conta de luz.
Para Marcos Freitas, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o risco de apagão no Brasil é “real e concreto”. Segundo o especialista, o perigo não é que isso aconteça agora, mas nos próximos meses.
O alerta do professor da UFRJ é justificado pela previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico divulgada em julho. De acordo com a entidade, os principais reservatórios do país vão chegar a 10% da capacidade em novembro.
Diante desse cenário, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) não descarta a possibilidade de racionamento para evitar um apagão. Para ele, se o governo não tomou medidas mais drásticas antes é porque a análise de risco não indicava essa necessidade.
No entanto, baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas vem chamando a atenção desde outubro do ano passado, e não houve recuperação ao longo de 2021.
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Demora na resposta
Além da criação da nova bandeira tarifária, o governo também determinou que a Eletrobras antecipe um depósito de R$ 5 bilhões na conta de desenvolvimento energético em 2022. Este fundo é usado, por exemplo, para oferecer descontos para consumidores de baixa renda.
Além disso, o governo também anunciou uma espécie de desconto na conta de luz por cada Kwh economizado entre os meses de setembro e dezembro de 2021.
Por outro lado, para os grandes consumidores de energia, como as indústrias, não será aplicada a bandeira de escassez hídrica. No caso deste setor que é responsável pelos maiores índices de consumo, o governou criou um programa de redução voluntária.
Para especialistas, as medidas chegaram com atraso de alguns meses, e o resultado dessa demora é um risco ainda maior de falhas no fornecimento de energia.
O governo demorou para agir. O governo errou também quando dizia que não se pensa na hipótese de racionamento. Tecnicamente falando, quando você tem um regime de chuvas que não corresponde à média, você tem que olhar para a frente”, explicou David Zylbersztajn, professor da PUC Rio.
Com risco de apagão, busca por geradores elétricos dispara
Enquanto o país pode ter um apagão nos próximos meses, as fabricantes de geradores elétricos registram filas devido à alta procura.
No entanto, as empresas enfrentam o problema da falta de componentes, como motores, para dar conta da demanda. Por conta disso, os clientes precisam esperar por vários meses pela entrega de geradores. No caso dos grandes fabricantes, por exemplo, não há como receber equipamentos antes de 2022.
Entre os compradores que investem centenas de milhares de reais em um novo equipamento estão supermercados, shoppings e hospitais. Além do risco de apagão, o equipamento também aparece como uma alternativa para driblar custos mais altos das distribuidoras de energia.
Por outro lado, os geradores elétricos ficaram de 20% a 40% mais caros nos últimos meses, devido ao aumento na demanda e falta de peças e alta de custos que as fabricantes enfrentam. Mesmo assim, representantes do setor afirmam que a lista de interessados segue crescendo.
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Qual a melhor forma de produzir energia em casa?
Com a conta de luz cada vez mais cara e, agora, o risco de apagão em meio à grave crise hídrica que o país enfrenta, aumenta o interesse por alternativas para gerar energia e economizar.
Uma das opções mais comuns nesse sentido é a energia solar, que é uma alternativa tanto para uso doméstico quanto para grandes consumidores. Afinal, esta é uma modalidade que oferece bons resultados a longo prazo.
Apesar de ter um custo relativamente alto de instalação, média de R$ 12 mil a R$ 15 para pequenos consumidores, o retorno com a economia costuma valer a pena.
Para conferir mais detalhes sobre os custos e outras informações relativas à instalação de um gerador de energia solar na sua casa ou empresa, basta conferir o nosso texto sobre o assunto.
Fontes: Jornal Nacional e CNN.