Preço da cesta básica em setembro: alta em 11 capitais de acordo com estudo do Dieese
Levantamento mensal do Dieese mostra que o preço da cesta básica aumentou na maioria das capitais pesquisadas, mantendo tendência de alta
Em setembro, o preço da cesta básica aumentou em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Segundo a última edição do levantamento, divulgada na quarta-feira (06/10), São Paulo assumiu o posto de capital com a cesta básica mais cara do Brasil (R$ 673,45).
Na comparação com o ranking de agosto, as capitais com maiores altas foram Brasília (3,88%), Campo Grande e São Paulo (ambas com aumento de 3,53%). Enquanto isso, as maiores quedas no preço da cesta básica foram registradas em João Pessoa (2,91%) e em Natal (2,9%).
Mas quando comparado com setembro de 2020, o conjunto de alimentos básicos ficou mais caro em todas as cidades pesquisadas. Em Brasília, por exemplo, a alta em 12 meses foi de 38,56%. Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Dieese.
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Ranking de preços da cesta básica em setembro de 2021
Depois de São Paulo, as outras duas capitais com cesta básica mais cara do Brasil estão na região Sul: Porto Alegre (R$ 672,39), cidade que liderava o ranking em agosto, e Florianópolis (R$ 662,85%), que esteve no topo do ranking no levantamento de julho.
Das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, em 12 a cesta básica equivale a mais da metade do valor do salário mínimo líquido, e em oito ela está acima dos R$ 600.
Por outro lado, as cinco capitais onde o conjunto de alimentos essenciais tem o menor preço estão na região Nordeste, sendo que em nenhuma delas o valor passa de R$ 500. Nesse caso, o principal destaque fica por conta de Aracaju, onde está a cesta básica mais barata do país (R$ 454,03).
A seguir, confira como ficou o ranking de preços da cesta básica em setembro entre as 17 capitais estudadas, além da variação em cada cidade na comparação com o levantamento de agosto:
- São Paulo – R$ 673,45 (+3,53%)
- Porto Alegre – R$ 672,39 (+1,16%)
- Florianópolis – R$ 662,85 (+0,58%)
- Rio de Janeiro – R$ 643,06 (+1,40%)
- Vitória – R$ 633,03 (+2,27%)
- Campo Grande – R$ 630,83 (+3,53%)
- Brasília – R$ 617,65 (+3,88%)
- Curitiba – R$ 610,85 (+1,73%)
- Belo Horizonte – R$ 582,61 (+3,49%)
- Goiânia – R$ 574,08 (+1,54%)
- Fortaleza – R$ 552,09 (-0,03%)
- Belém – R$ 532,09 (+0,46%)
- Natal – R$ 493,29 (-2,90%)
- Recife – R$ 489,40 (-0,42%)
- Salvador – R$ 478,86 (-1,36%)
- João Pessoa – R$ 476,63 (-2,91%)
- Aracaju – R$ 454,03 (-0,52%)
Com base na cesta básica de São Paulo, que foi a mais cara do ranking de setembro, o Dieese estima que o salário mínimo deveria ser de R$ 5.657,66, considerando uma família com dois adultos e duas crianças. O valor é mais de 5 vezes superior ao piso nacional vigente (R$ 1.100).
Em 2021, preço das cesta básica recuou em apenas uma capital
De acordo com o levantamento do Dieese, entre janeiro e setembro a cesta básica ficou mais cara em 16 das 17 capitais pesquisadas. Apenas Salvador teve um leve recuo (-0,05%) no valor do conjunto de alimentos básicos.
Enquanto isso, Curitiba foi a cidade onde a cesta básica sofreu maior aumento em 2021. Na capital paranaense, o preço da cesta aumentou 13,05% nos primeiros nove meses do ano. Em seguida, aparecem Campo Grande (9,43%) e Porto Alegre (9,21%).
Já em relação à variação em 12 meses, todas as cidades registraram aumento no valor da cesta básica. Depois de Brasília (38,56%), as altas mais expressivas entre setembro de 2020 e setembro de 2021 foram registradas em Campo Grande (28,01%) e Porto Alegre (21,62%).
Por outro lado, as menores variações no período aconteceram em Salvador (4,25%), Recife (5,40%) e Aracaju (6,30).
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Quais itens ficaram mais caros?
Entre os produtos que mais subiram entre agosto e setembro, o principal destaque fica por conta do açúcar, que ficou mais caro em todas as capitais pesquisadas. A alta no preço do açúcar já era esperada devido à redução da colheita provocada pela geada e também pela falta de chuvas.
Além disso, ainda podemos destacar outros itens essenciais que apresentaram altas consideráveis nos últimos meses:
- Óleo de soja – subiu em 15 das 17 capitais, entre agosto e setembro. Em 12 meses, o óleo acumula alta de 75,14%;
- Leite integral – subiu em 11 das 17 capitais entre agosto e setembro. Em 12 meses, o leite acumula alta de 32,27%;
- Carne bovina de primeira – subiu em 11 das 17 capitais entre agosto e setembro. Em 12 meses, a carne acumula alta de 20,47%;
- Pão francês – subiu em 14 das 17 capitais, entre agosto e setembro. Em 12 meses, o pão acumula alta de 9,46%;
- Café em pó – subiu em 16 das 17 capitais entre agosto e setembro. Em 12 meses, o café acumula alta de 35,27%.
Fonte: Dieese.