Agência Brasileira de Inteligência prevê gastos de R$111 mil com brindes entre chaveiros e canetas
Compras de itens como moedas personalizadas, canetas, troféus e chaveiros por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) custarão R$ 111.165,00 aos cofres públicos. Os gastos com brindes servirão para presentear parceiros, autoridades e servidores, além de serem usados em outros eventos da agência.
Segundo apurou o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, metade dos gastos da Abin será com moedas personalizadas, que são oferecidas como brindes para parceiros e servidores.
Mas individualmente os itens mais caros do pregão eletrônico da agência são os troféus, que custaram R$ 143 a unidade. A Abin encomendou 200 troféus e afirma no texto do documento que usará os itens, que custaram mais de R$ 28 mil, para aposentadorias e homenagens durante o ano.
No caso das moedas, elas aparecem divididas em dois grupos distintos e custarão R$ 56.665, ao todo. No primeiro grupo estão 500 moedas de 4 mm que vêm em um porta-joias e contém a logo da agência. Já o segundo inclui mil moedas de 2mm que vêm em um “saquinho de veludo”.
Segundo a Abin, cada tipo de moeda é para um público diferente. Enquanto aquelas que vêm nos saquinhos de veludo são oferecidas a parceiros, analistas e oficiais de ligação, as que são entregues em um porta-joias vão para coordenadores, superintendentes e outros servidores responsáveis de unidade, e servem como intermediárias entre os brindes simples e os de luxo.
Entre os outros brindes encomendados pela Abin, estão os seguintes itens:
- 200 chaveiros feitos de pedra Ágata que custaram 19,69 cada;
- 1 mil kits de canetas e lapiseiras, com custo total de R$ 19.030,00;
- 200 bottons de metal;
- 200 patches de tecido.
Vale lembrar que recentemente a Abin também se envolveu em uma polêmica relacionada à vacinação, quando servidores da agência foram acusados de furar a fila.
Enquanto isso, Orçamento para 2022 prevê déficit de mais de R$ 170 bilhões
Comparado aos demais gastos da União, a compra de brindes da Abin passa despercebida. No texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2022 aprovado neste mês no Congresso Nacional, o déficit fiscal previsto chega a R$ 177,5 bilhões.
O déficit se refere à diferença negativa entre os rendimentos e os gastos públicos. Ou seja, para o ano que vem, a expectativa é que o país gaste R$ 177 bilhões a mais do que irá arrecadar, o que equivale a 1,9% do produto interno bruto (PIB).
Muitos parlamentares se mostraram preocupados com o déficit projetado para as contas públicas. Do valor total, R$ 170,47 bilhões equivale às finanças da União, R$ 4,42 bilhões das estatais e R$ 2,6 bilhões de estados e municípios.
Além disso, segundo o Anexo de Riscos Fiscais do PLDO 2022, o atual estágio da pandemia ainda gera incerteza. Dessa forma, não há como prever todos os seus efeitos nas contas públicas no ano que vem, e o impacto pode ser ainda maior.
Veja também: Mercado de trabalho ainda não se recuperou da crise econômica provocada pela pandemia
Mais uma vez, salário mínimo não terá ganho real
Como já vem acontecendo nos últimos anos, o salário mínimo não terá aumento real, o que significa que ele somente irá acompanhar a inflação.
Para o ano que vem, o valor previsto é o mesmo que já havia sido anunciado em abril: R$ 1.147. Isso quer dizer que apesar das altas constantes nos preços de itens essenciais, como alimentos, gás e energia elétrica, o aumento no salário do brasileiro será de apenas R$ 47 de um ano para outro.
Em relação às prioridades para o ano que vem, os parlamentares alguns seguintes tópicos no texto da LDO. Entre eles estão:
- Programa Casa Verde e Amarela em cidades com até 50 mil habitantes;
- Programa Nacional de Imunização;
- Ampliação da infraestrutura da rede de atendimento oncológico;
- Agenda para a primeira infância;
- Entre outros.
Enquanto isso, no caso do contingenciamento de recursos, que o governo aplica quando não há verba disponível para todos os programas e ações inclusos no Orçamento, o relator do texto da LDO, deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA), proibiu a redução de recursos para as seguintes medidas:
- Realização do censo pelo IBGE, que já foi cancelado duas vezes: em 2020 por conta da pandemia e neste ano por contingenciamento de recursos pelo governo federal;
- Implantação de escolas em tempo integral;
- Expansão do acesso à internet;
- Estudos da Embrapa.
Confira outras notícias sobre o governo:
Fontes: Metrópoles e Agência Senado.