Golpes usando nomes de pessoas mortas cresce 33% no país
De acordo com um levantamento feito pela empresa Idwall, que é especialista em identidade virtual, o número de tentativas de fraudes com nomes e CPFs de pessoas mortas aumentou 33% no país.
Outro levantamento, desta vez feito pela proScore, identificou que o número de tentativas de fraude chegou a 58 mil nos seis primeiros meses do ano. Já a Kaspersky, empresa especialista em segurança virtual, divulgou que o Brasil é líder no ranking de phishing.
Aqui, indicamos quais são os principais golpes envolvendo nome e CPF de pessoas mortas, além de apresentar dicas para reduzir a possibilidade de ser vítima de fraudes. Confira!
Por que houve aumento no número de golpes?
Especialista atribuem esse aumento expressivo aos vazamentos recentes de dados que ocorreram desde o início de 2021. Em janeiro, por exemplo, houve um megavazamento que expôs 223 milhões de CPFs e 40 milhões de CNPJs.
Também aconteceram vazamentos de 100 milhões de números de celulares, mais de 12 milhões de dados de cartões de crédito de clientes da Eduzz, bem como mais de 10 milhões de senhas de e-mails brasileiros.
Tudo isso sem mencionar os vazamentos que ocorreram ao longo do primeiro semestre, neste caso globais, de redes sociais como o Facebook e LinkedIn. A rede profissional, por exemplo, diz que o vazamento atingiu mais de 90% das contas de usuários.
Além disso, as pessoas estão fazendo mais compras e pagamentos online e nem sempre se dão conta que estão sendo vítimas de golpes, fornecendo dados e passando dinheiro para criminosos.
Os principais golpes aplicados
Uma vez de posse do nome completo e CPF da pessoa, esteja ela viva ou não, os criminosos podem aplicar vários golpes que causam prejuízos grandes. Conheça quais são os mais comuns:
Abertura de contas bancárias
A abertura de contas bancárias é um dos golpes mais comuns porque possibilita acesso a vários serviços bancários, como uso de cheque especial, solicitação de cartão de crédito, empréstimos e financiamentos.
Tomada de crédito
Um dos golpes mais representativos é o de tomada de crédito, no qual o criminoso solicita empréstimos no nome de outra pessoa. Quando a cobrança começa a ser feita, a empresa percebe o golpe se a pessoa não está viva. Caso esteja, a vítima tem de provar que não foi ela que pegou o dinheiro emprestado.
Saque de benefícios
Um dos motivos para os golpes aumentarem expressivamente em 2020 e 2021 foi o pagamento de benefícios assistenciais e sociais pelo governo. Houve quem burlou as análises do governo e conseguiu sacar o auxílio emergencial de terceiros. Além disso, o CPF de pessoas falecidas também foi utilizado para obtenção do benefício.
Compras online
Outro golpe muito comum é o de uso de informações pessoais e financeiras, como o cartão de crédito, para realização de compras online. Estas, no entanto, são mais fáceis de serem identificadas, basta ativar a notificação de transações do app de seu banco e solicitar o cancelamento da transação no caso de movimentações indevidas.
Brasil lidera ranking de phishing
Segundo a Kaspersky, o Brasil ocupa a liderança do ranking de phishing no mundo, crime que se caracteriza pelo roubo de dados por meio de links que são encaminhados por SMS, e-mail e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.
Durante a pandemia, o índice de roubo de dados por phishing cresceu exponencialmente, sobretudo pelo envio de mensagens falsas sobre pesquisas, prêmios, auxílio emergencial, cadastro para a vacina contra Covid-19 e da chave Pix.
Como evitar golpes digitais?
Existem dicas simples de serem adotadas no dia a dia que evitam a possibilidade de golpe. Confira, a seguir, quais são e as utilize:
- Não faça download de arquivos e aplicativos encaminhados por links suspeitos, principalmente se enviado por pessoas desconhecidas;
- Ao navegar pela internet, não entre em sites perigosos. Também desconfie de promoções e descontos muito altos, porque há uma grande possibilidade de golpe;
- Conecte-se em redes de seguras e evite o Wi-Fi público. Sempre que possível, use uma VPN (rede privada virtual);
- Utilize janelas anônimas e verifique as configurações de privacidade de sites, redes sociais e navegadores;
- Ao usar redes sociais, tente não divulgar muitas informações pessoais para não fornecer ao criminoso informações sobre você que poderão ser utilizadas para identificação pelo criminoso;
- Crie senhas fortes, com pelo menos 15 caracteres, combinando letras, caracteres especiais e números. Evite utilizar senhas óbvias, como data de nascimento e 12345.