Governo: Reedição das Medidas Provisórias pode acontecer em breve – Entenda
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quarta-feira a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que tinha sido aprovada pelo Congresso no dia 19 de abril. Com essa sanção, o Governo Federal pode autorizar a redução da jornada de trabalho, o adiamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e ⅓ sobre férias.
De uma forma geral, com a Lei de Diretrizes Orçamentárias 2021 aprovada, é possível:
- Abrir crédito extraordinário destinado a programas emergenciais, como o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm);
- Autorizar a redução de salário e de jornada de trabalho na iniciativa privada;
- Manter o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
A reedição dessas Medidas Provisórias (MPs), que foram criadas em 2020 para o enfrentamento da pandemia de covid19, deve ser feito em breve.
Como funciona o BEm instituído pelo Governo Federal?
Uma das MPs vai criar novos moldes para o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm). Esse benefício financeiro é concedido pelo Governo aos trabalhadores que sofreram com a flexibilização das regras trabalhistas.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, se enquadram no BEm “trabalhadores que tiveram redução de jornada de trabalho e de salário ou suspensão temporária do contrato de trabalho em função da crise causada pela pandemia do coronavírus – COVID-19”.
A Caixa é o agente pagador do programa, mas de acordo com a a Lei nº 14.020/20, o pagamento dos valores é feito pelo Ministério da Economia.
Com a reedição do Benefício, o auxílio pode ser recebido por até quatro meses, com acordos de redução proporcional de jornada e salário em 25%, 50% ou 70%. A suspensão total do contrato também pode ser feita.
A União vai autorizar a antecipação das férias?
A segunda Medida Provisória, que deve ser renovada pelo Governo Federal é sobre a antecipação de férias e o adiamento do recolhimento do FGTS. É esperado que essa MP seja reeditada de forma bem similar ao que foi feito em 2020, com a MP 927.
Se isso acontecer, será possível:
- Antecipar férias individuais, com o pagamento postergado do terço de férias;
- Autorizar férias coletivas;
- Conceder folgas por feriados antecipados aos funcionários;
- Instituir regime de banco de horas com a compensação salarial em até 18 meses.
Se o adiamento do FGTS também for autorizado pelo Governo, como foi apurado pelo Estadão/Broadcast, essa medida não deve prejudicar o trabalhador. O adiamento deve ser feito por até quatro meses e as empresas vão ter até o final de 2021 para pagar esses débitos. O mesmo foi feito no ano passado.
Governo vai abrir crédito para o BEm
Outra MP, que está prevista pela União é a abertura de crédito extraordinário, ou seja, que não está previsto no teto de gastos, para custear o BEm.
Em 2020, o investimento no Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda foi de R$33,5 bilhões. Mais de dez milhões de acordos foram registrados. O Ministério da Economia já sinalizou que deve destinar R$10 bilhões ao BEm neste ano.
E o Pronampe?
O Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (PRONAMPE) deve ser renovado neste ano, junto com as outras Medidas Provisórias.
No início desta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou que vai injetar até R$6 bilhões no programa.
Ele funciona como uma linha de crédito, criada com o objetivo de auxiliar microempresas e empresas de pequeno porte, ou seja, os pequenos negócios. Quem participa do Pronampe se compromete a não demitir funcionários, já que essa medida também visa manter e gerar empregos.
As empresas beneficiadas podem utilizar os recursos para:
- Financiar a atividade empresarial;
- Fazer investimentos;
- Arcar com despesas operacionais.
A fonte de recurso do Pronampe é das próprias instituições financeiras operadoras. Em 2020, o aporte do Governo foi de R$15,9 bilhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO), que é administrado pelo Banco do Brasil.
As instituições operadoras do programa em 2020 foram:
- Banco do Brasil S.A.,
- Caixa Econômica Federal,
- Banco do Nordeste do Brasil S.A.,
- Banco da Amazônia S.A.,
- Bancos estaduais e as agências de fomento estaduais,
- Cooperativas de crédito e os bancos cooperados,
- Instituições integrantes do sistema de pagamentos brasileiro,
- Plataformas tecnológicas de serviços financeiros (fintechs),
- Organizações da sociedade civil de interesse público de crédito
- Outras instituições financeiras públicas e privadas autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Em 2020, 520 mil micro e pequenos empreendedores foram beneficiados com o total de R$37 bilhões em financiamentos.
Fontes: Isto É Dinheiro, Exame e UOL