Agricultores atingidos pela geada podem pedir auxílio ao Banco do Brasil

O inverno deste ano foi rigoroso em várias partes do Brasil. Os agricultores sofreram, especialmente, com as geadas que afetaram as lavouras. Plantações de milho, café e cana de açúcar foram as mais afetadas pelas baixas temperaturas. 

Para auxiliar os agricultores que foram afetados por esse fenômeno, o Banco do Brasil liberou R$2 bilhões em crédito. 

O anúncio dessa medida foi feito durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. O Governo Federal estima que mais de 200 mil hectares de cafezais foram atingidos nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Essa é considerada a pior geada em 19 anos.

A gente ainda tem uma estimativa de 18% a 20% de perdas, mas que ainda leva um tempo para verificar o tamanho real das perdas que ocorreram com as geadas”, disse a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

Como vai funcionar o crédito do Banco do Brasil para agricultores atingidos pela geada?

O Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que R$1,3 bilhão, do orçamento de R$2 bilhões, seja destinado para o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), para a recuperação das lavouras dessa safra. 

O restante do recurso será destinado para agricultores de cana de açúcar. 

Assim, o auxílio do Banco do Brasil fica dividido da seguinte forma:

• Apoio aos produtores por conta das geadas: R$ 2 bilhões;
• R$ 1 bilhão: Recuperação de cafezais – prazo até 5 anos;
• R$ 1 bilhão: Renovação de Lavouras – prazo até 2,5 anos.

Mais uma vez, reforçamos nosso apoio ao produtor rural brasileiro, tanto para buscarmos a melhor safra de todos os tempos quanto para auxiliar aqueles afetados pelas geadas”, afirmou o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro.

Programa BB Investimento Agro

Além do crédito destinado para agricultores afetados pelas geadas, o Banco do Brasil anunciou o Programa BB Investimento Agro. 

Pelo Programa, R$ 5,5 bilhões serão destinados para financiamentos de energia renovável, irrigação, produção integrada, recuperação de pastagem, máquinas e equipamentos. Para a armazenagem, foram disponibilizados R$ 2 bilhões com o objetivo de financiar a modernização e aquisição de silos e armazéns e mais R$ 1 bilhão para atender pequenos e médios produtores com o BB Consórcio Armazenagem.”, informou a instituição financeira por meio de nota. 

Ao todo, o programa conta com R$8,5 bilhões e tem os seguintes prazos:

• R$ 5,5 bilhões: Recuperação de Pastagem, Energia Renovável, Irrigação, Produção Integrada, Máquinas e Equipamentos – prazo até 10 anos;
• R$ 2 bilhões: BB Armazenagem – prazo até 10 anos;
• R$ 1 bilhão: BB Consórcio Armazenagem – prazo até 240 meses.

Como as geadas afetaram os agricultores no Brasil?

Em entrevista à Agência SAFRAS, o trader da Cooperativa Agroindustrial de Varginha, Héberson Vilas Boas, afirmou que a produção de café no sul de Minas Gerais teve 20% das lavouras atingidas por geadas em julho.

Já no estado de São Paulo, estima-se que esse inverno causou as geadas mais severas dos últimos 27 anos. 

Os agricultores dos cafezais paulistas já começaram o processo de arranquio das plantações que não têm chances de se recuperarem ou que estão em áreas mais baixas e frias. Algumas lavouras novas serão substituídas por outros alimentos, como milho, soja e feijão. 

Com este panorama, o preço do café deve subir para os consumidores. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) já orientou os produtores que ajustem os seus preços, para manterem a sustentabilidade dos seus negócios. 

A associação estima que os preços do café verde para as torrefadores no Brasil aumentaram quase 80%, no período entre dezembro de 2020  até o final de julho deste ano, quando aconteceram as geadas.

Com relação à cana-de-açúcar, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acredita que a produção desta safra vai sofrer uma queda 9,5% na comparação com a temporada anterior.

Com isso, a produção de etanol, que é feita com cana e milho, também deve ser afetada. A Conab espera uma redução de 10,8%.

Fontes: Agência Brasil, G1, Revista Globo Rural e Canal Rural.