Bolsonaro diz que pretende zerar impostos do Diesel em 2022 e propõem mudanças na política de preços da Petrobras
Pressionado pelos caminhoneiros, uma categoria profissional que conta com muitos de seus apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que quer zerar os impostos federais do diesel no ano que vem.
Em conversa com apoiadores no “cercadinho” do Palácio da Alvorada, o presidente concordou que o preço do combustível está muito caro e que precisa de redução. Mas segundo ele, a isenção não é uma promessa, pois não pode ser garantida, e sim um estudo.
Está é uma das medidas planejadas por Bolsonaro para diminuir sua rejeição antes das eleições, e a estimativa é que custe R$ 26 bilhões aos cofres públicos. Ao todo, o presidente deve gastar R$ 67 bilhões para aumentar sua popularidade e buscar a reeleição com as medidas anunciadas até aqui.
Na fala registrada em vídeo e divulgada por site bolsonarista, Bolsonaro alegou que a equipe econômica teria encontrado uma maneira de substituir a arrecadação que o governo perderia com a isenção de impostos para o diesel.
Além disso, o presidente voltou a jogar a culpa pelo preço alto dos combustíveis para os governos estaduais. Segundo ele, os motivos para o aumento são a cobrança do ICMS, as margens de lucro dos postos e os preços dos fretes.
Entretanto, cabe destacar que há outros fatores que influenciam diretamente no preço do combustível. Entre eles estão a alta do dólar, que tem forte impacto por aqui devido à forte desvalorização do real, e a própria política de preços da Petrobras.
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Qual o projeto do governo para diminuir o preço dos combustíveis?
Além de zerar os impostos federais do diesel, medida que representa um aceno para um grupo importante da sua base eleitoral, Bolsonaro também sinalizou recentemente outras alternativas para tentar segurar a alta no preço dos combustíveis, o que vem influenciando no crescimento da rejeição ao seu governo.
Na última sexta-feira (06/08), o presidente falou em mudar a política de preços da Petrobras. Em um evento com empresários de Joinville (SC), Bolsonaro disse que sugeriu a modificação ao presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna.
No modelo atual, adotado pelo governo Temer e mantido por Bolsonaro, a Petrobras reajusta o valor dos combustíveis sempre que há variações na cotação do dólar do barril de petróleo. Entretanto, a variação só chega ao consumidor quando há aumentos.
Segundo o presidente, sua sugestão foi de não mexer no preço do combustível quando o dólar cai no Brasil e o valor do barril cai no exterior. Como ele não deu explicações mais detalhadas, não há como afirmar qual seria a política exata de preços, nesse caso.
No mesmo evento, Bolsonaro também falou em acabar com a “bandeira branca”, termo usado para postos de combustíveis sem contratos com as distribuidoras.
Além disso, vale lembrar que o governo encaminhou recentemente à Câmara dos Deputados um projeto de alíquota única do ICMS para combustíveis, o que mudaria a forma de cobrança do imposto estadual.
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Preços do diesel e da gasolina atingiram níveis recordes neste ano
Segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em julho o diesel e a gasolina comum tiveram os maiores preços médios do ano.
Com um valor médio de R$ 5,83 por litro, a gasolina comum subiu 27,6% em relação a janeiro, uma alta de R$ 1,26 em pouco mais de seis meses. No caso do diesel, o aumento desde o começo do ano foi de 25,3% ou R$ 0,93.
Em junho, a gasolina já havia atingido o maior preço da história, quando estava custando em média R$ 5,91 por litro, segundo dados da ValeCard. Na ocasião, o valor do combustível chegou ao 13º mês seguido de alta.
Ainda de acordo com a ValeCard, o preço médio da gasolina em julho ficou ainda mais caro do que o valor divulgado pela ANP. O levantamento da empresa aponta que a cotação média do combustível nos postos foi de R$ 6,035 por litro, uma alta de quase 40% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Os aumentos constantes nas bombas de combustível têm gerado revolta na população, e diminuindo ainda mais o poder de compra dos brasileiros.
Fontes: UOL e Valor Investe.